O DKW para qualquer parada

Projetado para disputar uma concorrência em 1954, o Munga
colocou a marca entre os fora-de-estrada e veio ao Brasil

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Após a Segunda Guerra Mundial, muitos veículos usados pelas forças armadas foram desempenhar funções menos bélicas. Vários continuaram as atividades militares, em quartéis ou outros campos de batalha, mas outros foram exercer tarefas mais úteis nos campos de lavoura, nas fazendas. Desempenhar tarefas pesadas, mas também para o lazer. Os americanos deixaram vários Jeeps na Europa. Nos Estados Unidos, tiveram e ainda têm longa vida. No velho continente, o robusto e famoso Land Rover cumpria sua tarefa muito bem.

Bem mais tarde, na Alemanha, já em época de paz, fazia importante papel um veículo da Auto Union sob a marca DKW, cujo nome era Munga. Em 1954, a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) abrira uma concorrência para veículos de patrulhamento. Tinham que ser compactos, versáteis e muito robustos. Participaram da disputa as alemãs Borgward, Porsche e DKW. Esta empresa, que desde 1932 era parte da Auto Union (junto da Horch e da Wanderer, além da Audi, então extinta), ganhou a disputa. Assim nascia o DKW F91/4 ou DKW Geländewagen, que significava algo como DKW fora-de-estrada.

A versão básica, chamada Munga 4, levava motorista e até três passageiros ou então bom volume de carga; o uso de portas era facultativo

Em 1962 era renomeado Munga, que parece um nome simples, mas é na verdade a sigla para Mehrzweck-Universal-Geländewagen mit Allradantried, ou seja, veículo utilitário para várias funções. Na versão básica, chamada de Munga 4, podia transportar quatro adultos ou motorista e acompanhante mais bagagem. Removendo os assentos traseiros, cabia atrás muita carga. Se fosse bélica, para treinamentos iam bazucas, baionetas, metralhadoras e outros armamentos. Com a armação de aço para capota de lona ainda se podia carregar um barco. Senão, cabiam muitas ferramentas para trabalhos no campo.

Os bancos estavam longe de ser confortáveis: eram rústicos e justos, mas nada que sacrificasse demais os ocupantes. O pequeno utilitário, nesta disposição, media 3,44 metros de comprimento e pesava 1.085 kg. O uso de portas era opcional, mas o acesso à parte de trás era bom, graças à abertura lateral. Para proteção dos passageiros, caso não se fizesse uso das portas, havia uma corrente que ligava as duas extremidades abertas. O aspecto geral do jipinho era muito simpático e, sem a capota de lona, ficava melhor ainda. Com linhas retas, um detalhe interessante era o capô do motor preso por duas presilhas de borracha, para não se abrir com a trepidação.

No Munga 6 surgiam bancos traseiros, em posição longitudinal, e o estepe mudava para a lateral para permitir o acesso por trás

Na versão intermediária, Munga 6, havia assentos traseiros perpendiculares aos dianteiros. Para facilitar o acesso por trás do veículo, o estepe ia preso à lateral direita, liberando a pequena porta traseira para entrada. Outra diferença para a versão 4 era a posição do bocal de abastecimento, também na lateral, pouco à frente do estepe. A distância entre eixos era a mesma, porém na lateral o espaço onde se colocava a porta era menor. A capacidade máxima de carga surpreendia, 690 kg, e a de reboque era de 500 kg. Interessante também era a versão Munga 8. Como o nome indica, a capacidade total era de oito passageiros — os de trás com os ombros colados, naturalmente. Neste o comprimento total passava a 3,6 metros e o peso era de 1.120 kg. Continua

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Data de publicação: 10/1/06

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