Os sedãs de alta patente

Com nomes que sugeriam força e classe, Admiral e Diplomat
representaram o topo da linha Opel por mais de 10 anos

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

A fábrica Opel alemã, situada na cidade de Russelshein, teve seu controle acionário assumido em 1927 pela General Motors americana. Desde então, os veículos ali produzidos tiveram nítida influência dos Estados Unidos no estilo e na concepção. Em 1938 foi dado a um modelo de luxo, com motor de seis cilindros, 3,6 litros e 75 cv, o nome de Admiral (almirante). Tratava-se de um sedã grande, com 5,26 metros e quatro portas, sendo que as traseiras eram do tipo "suicidas". Imponente, tinha enorme grade com frisos verticais e faróis circulares. Por dentro era muito confortável e luxuoso para os padrões da época.

Naquela década o militarismo estava muito forte na Alemanha, com influências do chanceler Adolf Hitler no governo de Hinderburg de 1933 em diante. Outros carros da Opel ganharam nomes militares, como o Kadett (cadete) e o Käpitan (capitão). Durante o conflito mundial, as instalações da empresa foram completamente destruídas. Em 1948 ressurgia o Käpitan, produzido até 1963 em diferentes gerações.

O Admiral de 1965: certa semelhança de estilo com o Impala, da GM americana, e um motor V8 de 4,65 litros que demorou a atender às exigências alemãs de resistência em velocidade

A linhagem de militares voltou à cena em 1965. Os novos Admiral e Diplomat representavam os topos de linha da empresa. Eram modelos modernos, de linhas muito bonitas, semelhantes às dos modelos Chevrolet americanos. Parentes muito próximos do Impala, tinham três volumes, quatro portas e 4,95 metros de comprimento. O Admiral pesava 1.350 kg e o Diplomat 1.580. Com esse porte, concorriam na Alemanha apenas com o Mercedes 200 "Fintail", já que marcas como BMW e Audi ocupavam-se então de carros menores.

Na frente havia dois faróis retangulares e uma grade cromada. Abaixo do pára-choque, faróis auxiliares. Atrás viam-se um belo conjunto de lanternas retangulares, luzes de ré separadas por frisos e a placa de identificação entre elas. Sob o capô estava um oito-cilindros em "V" de origem Chevrolet, com cilindrada de 4.638 cm³ (283 pol³), considerado o primeiro motor desse tipo vendido em grande volume na Alemanha. Sua potência era de 190 cv a 4.600 rpm, e o torque máximo, de 35,4 m.kgf a 3.000 rpm.

Além do sedã Diplomat, de linhas similares às do Admiral, a Opel oferecia este elegante cupê, com o motor 327 de 5,35 litros e 230 cv

Alimentado por um carburador de corpo quádruplo da marca Rochester, permitia velocidade máxima de 200 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em 11 segundos. Sua tração era traseira e o câmbio automático Powerglide, com apenas duas marchas, tinha alavanca na coluna de direção. A suspensão dianteira era independente com molas helicoidais; atrás vinha um eixo rígido. Os freios usavam discos na frente e tambores na traseira.

Há uma história curiosa sobre esse V8, contada recentemente pelo vice-presidente de produto da GM americana, Bob Lutz, que à época trabalhava no Opel. Os primeiros motores enviados para testes apresentaram baixa durabilidade, para surpresa da matriz nos EUA. Então os alemães receberam os de especificação policial, com melhores lubrificação e arrefecimento, mas... os problemas continuaram. O uso de alguns componentes de Corvette ainda não resolveu a questão. Irritados, os americanos questionaram os resultados dos testes da Opel. Continua

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Data de publicação: 11/10/05

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