O caçula da DKW

O pequeno Junior, com motor de 750 cm³, cresceu em cilindrada e
conforto, mas foi vítima da absorção da marca pela Volkswagen

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

A alemã DKW surgiu em 1916, quando o engenheiro dinamarquês Jorgen Skafte Rasmussen construiu um pequeno veículo de propulsão a vapor, ou Dampf Kraft Wagen em alemão. Foi essa descrição que deu origem à sigla DKW, que mais tarde assumiria outros significados. Três anos depois começava a produção de motores a explosão, com um compacto dois-tempos de 0,25 cv para experiências científicas infanto-juvenis — DKW era agora Das Knaben Wunsch, o desejo dos meninos. Depois, um pequeno motor para bicicletas foi chamado de Das Kleine Wunder, a pequena maravilha. E assim ficou.

A linha principal da marca já tinha 980 cm3, o que abriu espaço para um modelo
menor: o Junior, que chegava em 1959 com linhas simpáticas e motor de 741 cm3

O primeiro carro da marca chegou ao mercado em 1931: o Front, inovador com sua tração dianteira, antes mesmo do Citroën Traction Avant que a tornou tão conhecida. O motor de dois cilindros em linha a dois tempos e 690 cm³ já tinha montagem transversal. Com a recessão econômica mundial na época, porém, a empresa não teve opção a se associar com as também alemãs Horch, Wanderer e Audi, o que resultou na Auto Union — responsável pelos fascinantes carros de competição "Flechas de Prata" da segunda metade dos anos 30. Seu emblema, com quatro argolas entrelaçadas, está ainda hoje em uso pela Audi, a única das marcas que sobreviveu.

Em 1953 era iniciada a série que a Vemag fabricaria no Brasil, com os modelos F91 e F93 e carrocerias sedã, perua, jipe e, na Europa, também cupê. O mais esportivo Auto Union 1000 Sp era lançado cinco anos mais tarde. Com o crescimento da linha principal da DKW, que já chegava a 980 cm³ de cilindrada, abria-se espaço para um carro menor, mais econômico e barato. Um estudo de 700 cm³ chegou a ser apresentado no Salão de Frankfurt de 1957, mas o modelo final teve uma ligeira ampliação do motor. Denominado — muito apropriadamente — Junior, era introduzido no mercado em agosto de 1959.

No interior simples, velocímetro de escala horizontal, grande volante e alavanca de câmbio na coluna de direção

O pequeno sedã de duas portas rompia com o padrão de formas arredondadas, adotado pela marca naquela década. As linhas eram planas, com três volumes bem definidos, ampla área envidraçada e os pára-lamas mais altos que o capô e a tampa do porta-malas, o que destacava os faróis e as lanternas traseiras. A grade tomava toda a largura da frente e, embora simples e sem maiores pretensões, o carrinho tinha um estilo até elegante. Suas dimensões eram modestas: 3,97 metros de comprimento, 1,58 m de largura, 1,43 m de altura e 2,18 m entre eixos. Continua

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos - Envie por e-mail

Data de publicação: 27/9/05

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade