O Volkswagen do oriente

Em vez de um sedã médio, a Subaru começou sua produção
de automóveis por um "Fusca" de três metros e 360 cm
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Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

O sedã esportivo Impreza, com sua clara identificação com a versão de rali, talvez seja hoje o maior símbolo mundial da japonesa Subaru. No entanto, as origens da empresa mostram um tipo de automóvel bem diferente. Na verdade, ela não começou produzindo carros: a Fuji Heavy Industries Ltd., conglomerado industrial que a abrange até hoje, foi fundada em 1953 tendo como principal finalidade fabricar aviões.

Os automóveis, porém, estavam nos planos desde o início. Já no ano seguinte era concluído o protótipo do P-1, depois nomeado Subaru 1500, um sedã de 4,23 metros de comprimento e motor de quatro cilindros, 1,5 litro e 55 cv de potência. Apesar do conceito moderno — usava o primeiro monobloco da indústria japonesa —, o projeto não vingou, pelas dificuldades em equipar a fábrica para sua produção e montar uma rede de distribuição. Além disso, o carro seria grande e caro demais para aquele tempo, em que a economia nipônica ainda se recuperava da Segunda Guerra Mundial.

Mesmo sem estribos, é interessante como as linhas do 360 lembram as do Volkswagen -- mas suas portas eram "suicidas", com articulação na parte traseira

A Subaru partiu então para um modelo bem menor e mais acessível, em sintonia com a proposta de veículos populares (os kei jidosha ou carros "K") estimulada pelo governo, por meio do Ministério da Indústria e do Comércio Internacional. Em março de 1958 era apresentado o Subaru 360, um diminuto dois-volumes de quatro lugares, 2,99 metros de comprimento, 1,30 m de largura, 1,38 m de altura e 1,80 m de distância entre eixos. Pesava apenas 385 kg.

Seu simpático desenho chegava a lembrar, de certa forma, o do Volkswagen: dois volumes com formas arredondadas, faróis circulares em pára-lamas destacados, um pequeno capô na frente, vidros laterais planos, a tampa do motor na traseira com saídas de ar. As luzes de direção dianteiras e as quatro lanternas traseiras eram bem pequenas e as duas portas, com dobradiças visíveis por fora — como as do Fusca —, tinham abertura para trás, o chamado modelo "suicida". Em dois pontos, porém, ele nada tinha do carro alemão: as laterais eram isentas de estribos e os pára-lamas dianteiros ligavam-se visualmente aos traseiros, por meio de um ressalto sinuoso nas laterais.

Janelas de correr, diminutas lanternas, motor traseiro refrigerado a ar: simplicidade

Dentro da proposta de carro popular, o interior do 360 era bem simples. O banco dianteiro era inteiriço, embora com encostos individuais para permitir o acesso à parte de trás sem que o motorista precisasse sair. As janelas só corriam, em vez de descer nas portas, cujo desenho avançava sobre os pára-lamas dianteiros para facilitar a acomodação das pernas dos ocupantes ao entrar. No painel, em chapa de aço, apenas um singelo velocímetro atrás do grande volante, de dois raios e aro branco. Também como no VW, muito pouca bagagem podia ser levada na frente, onde o estepe e a bateria ocupavam a maior parte do espaço. Continua

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Data de publicação: 13/9/05

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