Se o desempenho não impressionava, o conforto de rodagem certamente sim, em uma época em que a maioria dos carros ainda usava eixo rígido na frente. A suspensão McPherson era tão interessante, inclusive pela simplicidade, que muitos fabricantes passaram a desenvolver sistemas algo semelhantes, ainda que a Ford detivesse a patente do projeto. Os pneus do Consul eram 5,90-13, e os do Zephyr, 6,40-13; em ambos o câmbio tinha três marchas e a tração era traseira. Em 1954 era lançado o Zodiac, versão mais luxuosa do Zephyr, identificada pela pintura em dois tons, pneus com faixas brancas, faróis auxiliares e revestimento dos bancos em couro.

Na segunda geração os carros ficavam maiores, assim como os motores de quatro e seis cilindros, que tinham os mesmos diâmetro e curso de pistões

Os concorrentes no mercado europeu eram os franceses Peugeot 403, Simca Aronde e Renault Frégate; os alemães Opel Rekord e Ford Taunus; o sueco Volvo P121/122 Amazon e o italiano Fiat 1500. A esse tempo os sedãs já eram transformados em conversíveis, pela empresa de carrocerias Car Bodies, de Coventrey, e em perua pela Abbott. O modelo aberto incluía comando elétrico parcial da capota, apenas para a seção acima dos bancos dianteiros, sendo o restante aberto manualmente.

Os modernos carros fizeram sucesso, mas a Ford não repousou sobre os louros: em 1956 trazia a segunda geração (Mark II), com estilo imponente, que destacava os faróis e adotava mais linhas retas. Ambos estavam maiores: 4,41 m no Consul, com entreeixos de 2,65 m, e 4,53 m no Zephyr e no Zodiac, que alcançavam importantes 2,72 m entre os eixos. Os motores também eram redimensionados: o do Consul tinha agora 1.703 cm³, e o do Zephyr/Zodiac, 2.553 cm³, mantendo a igualdade de medidas internas (82,6 x 79,5 mm). O primeiro passava a 51 cv a 4.400 rpm e 12,3 m.kgf a 2.300 rpm; o outro, a 77 cv a 4.400 rpm e 19 m.kgf a 2.000 rpm. Alcançavam máxima de 130 e 145 km/h, na ordem.

O Zodiac era o modelo mais luxuoso da linha, com as dimensões e o motor do Zephyr, associados a um interior mais requintado

As versões perua e conversível continuavam disponíveis, com carrocerias de empresas independentes da Ford. Em 1959 o teto era rebaixado e a área de vidros acrescia, atendendo aos pedidos de uma linha mais moderna e elegante, e o painel era remodelado. No ano seguinte chegavam os freios dianteiros a disco com servo-assistência, que passavam a vir de série em 1961. Além dos câmbios manuais de três e quatro marchas, havia opção do automático de três.

Na terceira geração (Mark III), porém, a Ford resolveu apostar em um desenho dos mais controvertidos: o vidro traseiro do Consul de 1961 era inclinado ao contrário do usual, como havia ocorrido no modelo menor Anglia em 1957. Os pára-lamas traseiros terminavam em aletas e a frente destacava os quatro faróis circulares, em um aspecto que em nada lembrava a sobriedade dos modelos anteriores. O carro estava menor, com 4,34 m e entreeixos de 2,52 m, e vinha com motores de 1.340 cm³ (55 cv) e 1.498 cm³ (60 cv). Para evitar o estranho formato do teto era possível, de 1962 em diante, optar pelo cupê Consul Capri, de apelo esportivo. O nome seria usado mais tarde, em separado, num modelo de sucesso da Ford inglesa.

Aposta malsucedida: o Consul de 1961, com vidro traseiro "ao contrário" e quatro faróis, não agradou e saiu de linha em apenas dois anos -- mas o nome retornaria na década seguinte

O fracasso do estilo levou a Ford a retirar esse Consul de produção rapidamente, já em 1963, permanecendo o Zephyr, com desenho bem mais discreto e motor de quatro cilindros. O nome Consul reapareceria de 1972 a 1975, nas versões mais simples do Ford Granada, de aspecto bem mais atual (e que serviu de inspiração para o Del Rey brasileiro). Esses modelos, contudo, têm pouca importância em relação à geração de 1950, que trouxe importantes inovações técnicas à Ford.

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade