O pequeno príncipe

Um sedã compacto com motor de dois cilindros foi o
primeiro automóvel da NSU, que depois alçou novos vôos

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

A empresa alemã NSU (Neckarsulm Strickmaschinen Union, fábrica de máquinas de costura de Neckarsulm) é antiga: fundada em 1873, desde 1901 produzia motocicletas e ciclomotores. Na década de 1930 construiu três protótipos para o Dr. Ferdinand Porsche: era o projeto 32, que foi algo como o ancestral do Volkswagen (veja foto). Contudo, na década de 1950 começou a desenvolver estudos para a fabricação de um veículo mais audacioso. Assim como alguns concorrentes começaram a produzir carros populares — como a BMW, que também tinha muita tradição na produção de motocicletas —, ela ambicionava construir um carro. Mas a opção por um veículo de três rodas logo foi abandonada.

Em 1958 era lançado o NSU Prinz (príncipe em alemão), um carro pequeno e popular, para concorrer com o Volkswagen, os franceses Citroën 2CV e Renault 4CV e outros europeus da época. Não tinha um estilo dos mais atraentes, mas suas linhas condiziam com a década, com duas portas, ótima visibilidade e motor traseiro. As colunas eram bem estreitas e o vidro lateral de trás chegava a ser curvo, fazendo parte do conjunto traseiro. As janelas dianteiras eram de correr e só abriam até a metade.

De início com acabamento rústico, o Prinz logo recebeu melhorias externas e internas, como bancos reclináveis e opção de teto solar

A frente do pequeno automóvel tinha faróis circulares, friso ornamental cortando o painel dianteiro e o retrovisor externo sobre o pára-lama. Com carroceria monobloco, media apenas 3,14 metros e pesava 510 kg. Seu motor, cujo nome era Ultramax, tinha dois cilindros, refrigeração a ar e, como particularidade, um cárter único para o motor e a transmissão, como é comum em motos. A cilindrada de 583 cm³ rendia potência de 24 cv a 4.600 rpm e o câmbio tinha quatro marchas, com a primeira não sincronizada. A velocidade final era de 105 km/h, e a tração, traseira.

O carrinho usava pneus na medida 4,40-12 e uma de suas vantagens, muito apreciadas, era que o volante só dava duas voltas de batente a batente. Isso deixava o carrinho bastante ágil e muito agradável de dirigir em tráfego denso. Esse era o modelo Prinz I, que tinha um acabamento rústico. Era vendido somente numa tonalidade de verde, não muito bonita, e com pára-choques na cor alumínio.

Motor traseiro de 600 cm3 e 24 cv, refrigeração a ar, rodas de 12 pol: um começo modesto para a marca, que até então fabricava motocicletas

O Prinz II tinha características quase idênticas, mas com um acabamento bem melhor. Seus pára-choques eram cromados, várias cores estavam disponíveis e o teto solar, opcional, e dava um charme à parte e deixava entrar o escasso sol de parte da Europa. Por dentro oferecia banco reclinável, raro para um carro popular, cinzeiro central no painel e lugar para encaixar um rádio. E as quatro marchas eram sincronizadas. Ele tinha mais mimos para o comprador do que os concorrentes. Pela mecânica robusta e estes predicados, suas vendas foram muito boas. Continua

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Data de publicação: 5/7/05

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