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A bela e charmosa Aurelia

O Lancia lançado em 1950, primeiro carro do mundo com motor
V6, ganhou notoriedade pelo estilo e soluções técnicas

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Desde sua fundação, em 1907, a fábrica de automóveis italiana Lancia sempre produziu modelos originais, que traziam alguma novidade. E oferecia beleza em carrocerias, charme e bons motores. Na década de 1920 o destaque ficou por conta do Lambda, uma obra-prima que Vincenzo Lancia se orgulhava muito de fabricar na cidade de Turim.

Após a Segunda Guerra Mundial, já sob a batuta do herdeiro Gianni, um novo projeto estava em curso. Em 1950, no Salão de Turim, era lançado o Lancia Aurelia B10. Tratava-se de um sedã quatro-portas com linhas curvas. A traseira tinha um leve estilo fastback e as portas de trás adotavam abertura inversa, "suicida". Não era um modelo de linhas muito atraentes, mas tinha um estilo diferente e que cativava. O pára-brisa era inteiriço e os vidros dianteiros não traziam quebra-ventos, o que antecipava uma tendência.

O Aurelia B10, de 1950: linhas simples, mas que agradavam, e um inovador motor de alumínio com seis cilindros em "V"

Seu motor dianteiro, refrigerado a água, tinha seis cilindros em "V" (em um ângulo de 60º), o primeiro motor nesta configuração produzido em larga escala. Era mais um pioneirismo da empresa que já havia introduzido a estrutura monobloco e a suspensão dianteira independente, em 1922, e o sistema elétrico em um carro europeu, em 1914. Fabricado em liga leve, tinha 1.754 cm³ e potência (líquida) de 56 cv a 4.000 rpm. Foi projetado por Francesco de Virgilio e contou também com a astúcia de Vittorio Jano, que colocou num conjunto só embreagem, caixa e diferencial para o motor. Esta solução brilhante foi copiada depois por Ferrari, Porsche e outros famosos. A velocidade máxima era de 135 km/h.

Em 1951 nascia outro belo modelo da linha Aurélia: o cupê B20. Tinha carroceria monobloco e desenho mais moderno que o sedã de quatro portas. Seu motor, mais potente, contava com 1.991 cm³ e 80 cv a 5.000 rpm. Visto de qualquer ângulo, era um carro bonito. Na frente a grade com formato de coração tinha um friso central e, para auxiliar na refrigeração, ainda havia duas grades laterais em formato retangular. O grupo ótico contava com quatro faróis circulares, sendo que os principais tinham diâmetro maior.

O cupê B20, oferecido um ano depois, tornava o estilo bem mais interessante e adicionava o motor de 2,0 litros e 80 cv

Fez sucesso nas pistas da Europa. Nos Ralis de Monte Carlo, como em sua categoria na 24 Horas de Le Mans, Mille Miglia, Targa Florio e Monza, venceu e chegou à frente de concorrentes bem mais potentes. Preparado para corridas, chegava a atingir velocidades superiores a 190 km/h. Nas mãos de personalidades do jet set foi uma presença comum à frente de mansões, palácios e restaurantes de renome. Famosos como o ator americano Gary Cooper e o Príncipe Ranier de Mônaco, conhecido amante de belas máquinas, foram proprietários. O B20 aliava luxo e esportividade. Continua

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Data de publicação: 29/3/05

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