O primeiro degrau

Assim como a Honda, a Mazda começou fazendo motos e
passou a um carro pequeno: o R-360 Coupé de dois cilindros

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Como outras marcas japonesas — o caso da Honda é certamente o mais famoso —, a Mazda também iniciou atividades fabricando motocicletas. O grupo Toyo Kogyo, de Hiroshima, começou a produzir veículos de duas e de três rodas em 1931 e, embora tivesse pronto o protótipo de um automóvel em 1940, foi pego de surpresa pela Segunda Guerra Mundial. Foram necessários mais 20 anos até que o primeiro carro da Mazda chegasse ao mercado.

E, também a exemplo de muitas marcas suas compatriotas, a empresa começou por um modelo pequeno. O R-360 (número que indicava a cilindrada em cm³) media apenas 2,98 metros de comprimento, 1,29 m de largura e 1,76 m entre eixos. Pesava 380 kg, metade de um carro moderno considerado leve. O diminuto três-volumes conseguia ser simpático em suas linhas, com uma área envidraçada que chegava a ser desproporcional, capôs dianteiro e traseiro mais baixos que os pára-lamas, vidro de trás bastante envolvente e um desenho simples.

Em três metros de comprimento e 380 kg de peso, a marca nipônica conseguia abrigar dois adultos e duas crianças -- sem grande conforto, mas com muita economia

Apesar das dimensões, o R-360 podia acomodar razoavelmente dois adultos (em bancos individuais, mas tão próximos que pareciam um inteiriço...) e duas crianças em sua carroceria monobloco. O interior era espartano como convinha àqueles tempos difíceis de recuperação econômica, com muita chapa aparente, um grande volante e o velocímetro algo isolado sobre a coluna de direção. De início os vidros laterais eram corrediços, mas passaram mais tarde a ser descendentes, com quebra-vento.

Montado na traseira, o motor tinha dois cilindros em "V" (de 90°) a quatro tempos, arrefecimento a ar e 356 cm³. Desenvolvia potência de 16 cv a 5.300 rpm, suficiente para alcançar 90 km/h depois de uma paciente aceleração, e torque máximo de 2,2 m.kgf a 4.000 rpm. Em contrapartida, era muito econômico: fazia até 32 km/l, conseguindo boa autonomia com o tanque de 16 litros. Entre seus competidores estavam o Subaru 360, lançado dois anos antes, e o Mitsubishi 500, de cilindrada pouco maior, que chegaria às ruas em 1961.

O modesto motor V2 de 356 cm3 e somente 16 cv contrastava com soluções típicas de carros maiores, como sistema elétrico de 12 volts e opção de câmbio automático

À parte o desempenho contido, esperado de um carro de sua cilindrada, o R-360 impressionava pela técnica, que reproduzia em formato compacto as soluções de carros maiores. Usava sistema elétrico de 12 volts, suspensão independente nas quatro rodas (por braço arrastado com barras de torção) e câmbio de quatro marchas, com opção — que luxo — pelo automático de duas. Os freios a tambor usavam comando hidráulico e os pneus tinham a medida 4,80-10.

Já em 1962 a Mazda introduzia um modelo mais amplo, o Carol, que seria um de seus maiores sucessos, mas o R-360 não se abalou: permaneceu em linha até 1970.

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Data de publicação: 1/3/05

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