Um peixe forte de pouca vida

A AMC participou do segmento do Mustang com o Marlin, um
fastback de apelo esportivo que não obteve sucesso

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

A empresa americana de automóveis AMC, sigla de American Motors Corporation, nunca se contentou em ser a quarta fábrica produtora de carros dos Estados Unidos. Estava sempre atrás das Big Three, ou três grandes, que eram General Motors, Ford e Chrysler. Foi uma lutadora: tinha idéias boas, revolucionárias, mas às vezes fora do tempo ou um pouco abaixo da concorrência. Foi em 1954 que esta passou a ser a razão social da união de marcas muito afamadas — Hudson, Nash, Studebaker e Packard.

No começo da década de 1960, além dos enormes sedãs com grandes motores V8, nascia uma categoria de carros "pequenos", os pony-cars (carros-pônei), que estava começando a agradar o público dos Estados Unidos. Quatro anos depois chegava o Ford Mustang, único vivo até hoje. Vinha na onda do Plymouth Barracuda, da Chrysler, também lançado em 1964, que era um cupê fastback. O carro da Ford vinha com uma forte campanha publicitária e ótimos argumentos. O da Chrysler tinha uma variedade de opções de motores e um estilo que agradava. 

A AMC havia experimentado o peculiar desenho da traseira do Marlin (no alto) neste carro-conceito, o Tarpon, que se baseava em um sedã de menor porte

Um ano depois nascia o peixe da AMC, o cupê Rambler Marlin. Como Barracuda era um peixe "parente" do tubarão, o Marlin azul, também de água salgada, tinha parentesco com o peixe-espada. Fabricado em Kenosha, no estado do Wisconsin, o automóvel, desenhado por Richard Teague, tinha um aspecto em seu fastback não tão moderno quanto os concorrentes com o mesmo estilo de traseira. Um esportivo familiar, media 4,95 metros e pesava 1.420 kg. Era derivado do sedã Classic, assim como o Barracuda era do Valiant.

Visto de lado era estranha a curvatura do vidro traseiro. Pouco comum também era a pintura, opcional, de parte da capota em preto que descia até o porta-malas. Por causa do formato da traseira, a tampa era estreita, o que dificultava a carga de bagagens maiores. Já as portas, muito amplas, facilitavam o acesso ao banco traseiro. O estilo do Marlin havia sido antecipado em um ano pelo carro-conceito Rambler Tarpon (também um nome de peixe), baseado no modelo American, de menor porte que o Classic. Na frente dispunha de quatro faróis circulares, dispostos horizontalmente e integrados à grade cromada. Sua carroceria monobloco ainda não era padrão na indústria americana.

Apesar do bom desempenho dos motores de seis e oito cilindros, o Marlin não fez sucesso: o desenho estranho pode ter sido uma razão

Por dentro era muito confortável e espaçoso. Na frente tinha banco inteiriço, se a alavanca seletora da caixa automática estivesse na coluna, ou dois separados se estivesse no console central. Atrás cabiam três adultos com conforto, mas dispunha de um largo apoio de braço para acomodar melhor apenas dois. O painel completo tinha dois mostradores redondos, atrás do volante de dois raios. Ao centro, três entradas redondas para aeração da cabine. Abaixo destas, rádio AM/FM. O freio de estacionamento era acionado por pedal. Continua

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Data de publicação: 11/1/05

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