A motoneta que cresceu

Irmão maior do famoso veículo de duas rodas, o Vespa 400 uniu
soluções interessantes em um pacote (muito) compacto

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Pense em Vespa e logo virá à memória a simpática motoneta, que surgiu na Itália em 1948 e foi vendida em boa quantidade no Brasil (houve até reedição a partir de 1985 — leia história). Mas esse nome também foi usado em um automóvel... se é que merecia a classificação de automóvel o diminuto veículo de quatro rodas que a Piaggio colocou nas ruas entre 1957 e 1961.

A história desse fabricante italiano é bem antiga: foi em 1884 que Rinaldo Piaggio fundou, na cidade de Genoa, uma empresa com seu sobrenome para fazer equipamentos para embarcações. No final do século 19 já produzia de trens a carruagens de luxo, mas ainda não automóveis. Durante as duas grandes guerras construiu aviões, tendo o P108 de quatro motores ficado famoso na segunda. Mas as instalações foram destruídas pelos aliados por causa de sua importância militar.

O Vespa 400: estilo simples e até simpático, dois lugares e um diminuto banco traseiro, que ganhava utilidade graças ao prático teto solar de lona

Enrico Piaggio, filho de Rinaldo, reergueu a empresa com o sucesso da Vespa, a motoneta. Em 1957 chegava o momento de estrear a produção de carros. Um acordo da empresa com a Fiat, que lançava à mesma época o novo 500, levou a Piaggio a produzi-lo na fábrica de motonetas que mantinha em parceria com a ACMA em Fourchambault, na França.

Denominado Vespa 400, para desfrutar a boa fama da irmã de duas rodas, o pequeno três-volumes era lançado no Salão de Paris daquele ano. Media apenas 2,85 metros de comprimento (o que um carro grande hoje tem entre eixos), 1,27 m de largura, 1,25 m de altura e 1,69 m entre eixos. O estilo elaborado pela casa italiana Siata era simples e harmonioso, sem grade frontal (pois o motor era traseiro) e com espessas colunas atrás das portas. Estas se abriam para trás, em sentido inverso ao usual hoje.

No interior espartano, uma boa solução: sob o banco direito rebatível ficava o estepe

O interior, compacto como as dimensões externas fazem supor, tinha dois bancos individuais — mas tão próximos que quase formavam um inteiriço — e um espaço traseiro que até podia levar uma criança, desde que não tivesse cabeça... Uma alternativa era recolher o amplo teto solar, de lona, que deixava a céu aberto toda a cabine. Era praticamente um targa, conceito que nem havia sido criado ainda. Versões Lusso (luxo) e Turismo estavam disponíveis. Continua

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Data de publicação: 4/1/05

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