Como ele, os outros modelos da linha viriam apenas com duas portas. Em 1955 chegavam a perua e as duas versões feitas pelo fabricante de carrocerias Karl Deutsch, de Colônia, também na Alemanha. Eram o Deutsch Coupé e o Cabriolet, que tinha sua legião de fãs. Com produção de 26,3 mil carros, a Borgward passava ao segundo lugar entre os fabricantes alemães, atrás apenas da Volkswagen. Em meio à ascensão, a versão esportiva TS era o destaque no Salão de Frankfurt em setembro de 1955.

Em 1955 a família crescia com a perua, também de duas portas, e os modelos Coupé e Cabriolet da fábrica de carrocerias Karl Deutsch

Com bancos dianteiros individuais, o TS tinha carburação dupla Solex, 8,2:1 de compressão e motor ajustado para produzir 75 cv a 5.200 rpm. Chegava a 157 km/h e de 0 a 100 km/h levava cerca de 16 segundos. Um dos mais rápidos de sua categoria, saiu-se bem nas corridas. Isso não evitou que as vendas da marca caíssem para 21 mil unidades — a concorrência não dormia, nem na Alemanha nem nos países importadores. Mas, ao menos, o TS abria caminho para o mais apreciado de todos os Borgwards.

Diferente do sedã, o Isabella Coupé desfilava uma bela carroceria esculpida por Carl Borgward. Mesmo em sintonia com o restante da linha, ela parecia uma interpretação mais discreta do Karmann-Ghia, com alguns resquícios ainda mais sutis do cupê Studebaker 1953. O motor era o mesmo do TS. Como ele substituía o Deutsch Coupé, Karl Deutsch se encarregou de criar um conversível a partir do novo cupê. Para preencher a lacuna entre os preços do TS e do Coupé, a Borgward criava o TS De Luxe, com pintura em dois tons e mais cromados.

Mesmo com motor de 75 cv, a versão TS do sedã não fez grande sucesso, mas abriu caminho para o apreciado cupê, ao qual cedeu o propulsor

Pequenos aperfeiçoamentos foram feitos à suspensão, câmbio, direção e estofamento quando um Isabella violeta marcou 500 mil unidades de Borgwards produzidos desde 1948, no Salão de Frankfurt de 1957. Exceto pelo cupê, a linha 1959 ganhava porta-malas maior, as lanternas introduzidas com o Coupé e emblema menor, em forma de diamante. As vendas do modelo registravam um pico de 38 mil carros. Mas era o fim dos bons tempos, numa empresa que fabricava vários tipos de veículos, até helicópteros.

Em 1959, a Borgward lançava o P100, sedã luxuoso e caro demais para desenvolver. A divisão Lloyd também teria muita dor-de-cabeça com convocações para reparos do novo Arabella. A companhia pediu dinheiro à administração de Bremen e aos bancos. Embora não se saiba ao certo o que ocorreu, a situação piorou gradativamente, resultando no corte do crédito da cidade e queda nas vendas. Suspeita-se da intervenção de homens ligados à BMW no governo. Em fevereiro de 1961 a companhia era tomada de Borgward, que morreu em julho de 1963. O P100 ainda ganhou sobrevida no México.

As linhas do Coupé da própria Borgward agradaram, lembrando vagamente o Karmann-Ghia e o Studebaker 1953

Após 202,8 mil unidades fabricadas, o Isabella nunca teria o novo motor 1,6-litro que estava em desenvolvimento para ele. Sua futura carroceria, desenhada por Pietro Frua, serviu para o GLAS 1700. Ironicamente, esse modelo seria transformado nos BMW 1800 SA e 2000 SA para a África do Sul, quando este fabricante adquiriu a GLAS. O Isabella foi o ponto máximo do trabalho de Carl Borgward. Se ele conseguiu realizar o sonho de fabricar seus próprios carros, também soube fazer do Isabella Coupé o sonho de muitos motoristas.

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