Revolução italiana

Monobloco e suspensão independente surgiram com o
Lambda, que firmou a imagem inovadora da Lancia

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Vincenzo Lancia, um italiano nascido em 1881, ingressou na Fiat em 1899 como piloto de testes de carros de corrida. Sete anos depois fundava em Turim a fábrica de automóveis que levava seu sobrenome, em parceria com o colega de profissão Claudio Fogolin. O primeiro modelo da marca, o Alpha, de 1907, impressionou pela alta rotação do motor — para a época, claro —, 1.800 rpm. O Theta, de 1914, foi o primeiro carro europeu com um sistema elétrico, de partida inclusive.

Embora pareça tão alto para nossos padrões, o Lambda era bem mais baixo que os carros comuns da época, graças à solução inovadora de unir carroceria e chassi na mesma estrutura

Em 1922 a Lancia apresentava outro automóvel inovador: o Lambda (uma letra do alfabeto grego, como nos modelos precedentes e em muitos que se seguiriam). Foi o primeiro a unir em um só conjunto, o monobloco, os antigos chassi e carroceria, o que permitiu um veículo mais baixo, com vantagens em estabilidade e desempenho.

Outra primazia foi a suspensão dianteira independente, em vez do eixo rígido então adotado por todas as marcas (e mantido na traseira). Fora projetada pelo engenheiro Battista Falchetto depois que o próprio Vincenzo sofreu um acidente com um modelo Kappa, causado pela quebra do eixo dianteiro. Lancia percebeu que um sistema independente eliminaria esse risco, reduziria a massa não-suspensa e traria melhor comportamento. Falchetto projetou 14 opções de desenho para a suspensão, quase todas copiadas por outras marcas a partir dos anos 1950.

Com motor V4 de alumínio, comando no cabeçote e a suspensão dianteira independente, o desempenho e a estabilidade desse Lancia surpreenderam no início dos anos 1920

À parte a altura, o carro se parecia com outros da época. Tinha faróis circulares ladeando o radiador, pára-lamas interligados pelos estribos, capô dividido em duas partes com aberturas contrárias, vidros e pára-brisa planos e verticais. Por dentro, foi o primeiro com um túnel para a transmissão, desnecessário nos altos carros de chassi separado. O porta-malas integrado à carroceria era outra novidade. Continua

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Data de publicação: 17/2/04

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