Em 1963, a potência crescia para 85 cv a 5.600 rpm e o torque passava a 12,7 m.kgf a 4.400 rpm. Começava uma escalada de desempenho no roadster Datsun, que trouxe mais vendas a tiracolo. Dos 300 exemplares do 1500 até então produzidos, saltou para 4.906 unidades com a potência ampliada. Para 1965 a Datsun excluía o terceiro banco e reformulava o painel e detalhes estéticos. Abria caminho para o Datsun 1600, como o Fairlady ficou conhecido em alguns mercados.

O motor da versão 1600, com 96 cv -- o dobro da potência do modelo original --, contribuiu para tornar o Fairlady mais competitivo diante dos famosos roadsters ingleses

A maior novidade era o motor de 1.595 cm³, com 96 cv a 6.000 rpm e torque de 14,3 m.kgf a 4.000 rpm. Os freios dianteiros passavam a ser a disco, a caixa de câmbio agora tinha primeira sincronizada e as rodas de 14 pol (eram de 13 até então) exigiam arcos maiores nos pára-lamas. Mesmo ainda aquém dos similares ingleses, animou 10.833 compradores.

Em 1967 chegavam pequenos ajustes na mecânica, dois mostradores grandes e três menores no painel, pára-sóis e a opção de encosto de cabeça nos bancos. Mas essas não eram as maiores atrações. Desde o lançamento do motor 1600, o Fairlady se comportava como os similares europeus. Mas com o novo motor de 1.982 cm³, que complementava a oferta, a rapidez da bela dama já seria capaz de fazer a juventude londrina da época cantar iê-iê-iê sempre que ela passasse. Afinal, eram 150 cv a 6.000 rpm e 19,1 m.kgf a 4.800 rpm.

O interior de um modelo de exportação: volante de três raios metálicos, painel bem-equipado e o retrovisor logo acima dele

Esse motor tinha carburador Mikuni Solex de corpo duplo. Em alguns mercados o modelo 2000 vinha com um Hitachi SU duplo, que rendia mais discretos 135 cv. O câmbio tinha cinco marchas e, para diferenciar o 2000 do 1600, a Datsun criou uma grade que destacava seu logotipo. Com velocidade máxima em torno dos 200 km/h, o Fairlady 2000 teve participação destacada em corridas e ralis nos EUA e Europa, especialmente nas promovidas pelo SCCA (Sports Car Club of America).

Em 1968, a modificação mais marcante foi a altura do pára-brisa. Embora fosse um japonês de alma inglesa, 85% da produção do Fairlady seguiam mesmo para os EUA. Como a estatura média do motorista era maior na América, a Nissan acrescentou cinco centímetros ao vidro. Se aberto não mudava tanto, com a capota ficava alto demais. Maçanetas externas de puxar substituíam os botões com puxador. Com o impacto dos estudos do advogado Ralph Nader sobre o perigo dos carros compactos, o Fairlady ganhava também painel e console de plástico deformável.

Com 150 cv no motor de 2,0 litros, o Fairlady 2000 acentuou o caráter esportivo. E foi o último roadster "à inglesa" da marca, já que o Nissan 240Z lançado em 1969 era um cupê

A linha 1969 trazia uma nova caixa de direção para aprimorar a dirigibilidade, o que exigiu um redesenho do chassi. Mudanças no sistema elétrico completavam a lista de alterações. Essas seriam as últimas mudanças significativas do projeto. O Fairlady deixaria o mercado em 1970, com um total de 40.000 unidades dessa geração produzidas em nove anos.

O conversível Datsun foi a melhor escola que a Nissan poderia ter para criar o lendário 240Z, seu substituto. Mas o belíssimo Z era um cupê: o estilo típico de roadster inglês do Fairlady nunca se repetiu na linha Nissan. Mesmo sendo menos popular que o MG B ou o 240Z, deixou saudades por lembrar uma época de prazeres despreocupados, quebra de tabus e excitação. Ao encontrar essa bela dama, Austin Powers certamente gritaria yeah, baby, yeah!

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