O carro logo ficou conhecido como o cupê de Loewy. Até a medalha de ouro no prêmio da Fashion Academy ajudou a repercutir sua fama. Baixo, afilado e longo, tinha 1,43 metro de altura e 3,06 m entre eixos. Levava até cinco pessoas. Vinha nas versões Starliner, sem a coluna central, e Starlight, ambas com vidro traseiro envolvente. A revista Motor Trend definiu bem a impressão deixada pelo carro, afirmando que ele “fazia todos os outros carros americanos parecerem ter 10 anos a mais”.

A série President adotava um estilo frontal que destoava do conjunto. Na versão Speedster o motor V8 tinha 185 cv

Olhos menos atentos confundiriam o Starlight com a versão sedã duas-portas, mas esta possuía vidros laterais traseiros maiores, além do menor entreeixos. Havia dois propulsores, um seis-cilindros no Champion e um V8 no Commander. As duas séries dispunham de versões Starliner e Starlight. Os motores eram provenientes da geração anterior, assim como as nomenclaturas. O "seis" mantinha seus 85 cv e 19 m.kgf de torque. Já o V8 de 3,8 litros produzia 120 cv e 26,2 m.kgf — todos valores brutos.

No ano seguinte a Studebaker e a Packard passavam a formar uma única empresa. A linha Stude trazia freios maiores, maior taxa de compressão para os motores e uma grade como novidade. Em 1955 chegava a série President, em que o novo conjunto de grade e pára-choque dianteiro não combinava com a leveza das linhas originais. A versão President Speedster do cupê vinha com duas cores, sistema overdrive ou câmbio automático e o V8 Passmaster de 185 cv.

Em 1956 o sedã (na figura) era remodelado, com estilo próximo ao de outras marcas, e o cupê assumia a denominação Hawk

Como o sucesso inicial do cupê 1953 indicava, os sedãs passaram por uma reformulação para 1956. Enquanto recebiam um visual mais ameno e semelhante aos carros de outras marcas, o cupê tinha novo capô com grade retangular e tornava-se um modelo à parte, chamado Hawk. Herdava o V8 de 5,8 litros da Packard, o que fez da versão Golden Hawk um esportivo de respeito com 275 cv e 52,4 m.kgf. O velho V8 e o seis-cilindros continuavam na linha, que ainda contava com o Sky Hawk, o Power Hawk e o Flight Hawk.

Em 1957 o Hawk perdia mais um pouco da discrição. Eram as barbatanas que vinham “modernizar” o clássico de Loewy. Um compressor escondido sob uma cobertura plástica no capô animava o motor do Golden Hawk. A linha diminuía, complementada apenas pelo Silver Hawk. Para 1958, pneus maiores e ar-condicionado eram acrescidos e a Packard passava a vender o modelo com uma frente rebaixada que lhe dava uma cara de peixe. Claro que não faltaram barbatanas ao Hawk da Packard.

A grade e as barbatanas na traseira não combinavam muito com o limpo desenho original, mas o cupê de 1957 ainda despertava paixões

A versão sem coluna central era descontinuada em 1959, assim como toda a linha Packard. O único cupê Stude era o Silver Hawk. O V8 apimentado de 1958 dava lugar a um de 4,25 litros, com 180 ou 195 cv, e o seis-cilindros continuava, agora com 90 cv. Só durou mais um ano. Para 1960 a potência subia para 210 ou 225 cv com o novo V8 de 4,75 litros — já as vendas caíam 43%. No ano-modelo seguinte o Hawk ganhava o câmbio manual de quatro marchas do Corvette e bancos individuais de série. Uma aguardada remodelação finalmente chegava em 1962.

Brooks Stevens criou traços retos e definidos para a traseira suave do cupê Loewy. Semelhante ao Thunderbird da época, o novo Hawk GT vendeu quase três vezes mais. Quatro tipos de câmbio, como o dotado de overdrive e o automático Flight-O-Matic de três marchas, e um meio-teto em vinil marcaram o último Hawk, de 1964, que já convivia com o Avanti. Dois anos mais tarde era a própria Studebaker que saía de cena, após anos de vendas fracas. O cupê de 1953 foi o último grande carro a cumprir seu ciclo de vida sob a marca. Ele figura em grande estilo nos livros de desenho industrial e na história do automóvel.

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