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Una Cadillac molto bella

Para agradar aos endinheirados dos anos 80 a Cadillac
criou o Allanté, um americano com tempero italiano
Texto: Fabiano Pereira - Fotos: divulgação

Ele deveria ter-se chamado Callisto. A idéia era construir um modelo esportivo e de luxo, nos moldes dos Mercedes-Benz SL e Jaguar XJ-S. A Cadillac, divisão de luxo da General Motors, precisava de um produto que recuperasse seu prestígio dos anos 60. Para dar um toque de classe, a carroceria teria a assinatura de ninguém menos que Sergio Pininfarina. Assim, em 1983, começava o projeto do Allanté.

A mãozinha da grife italiana não era um mero capricho. Mercedes, BMW, Jaguar, Porsche e Ferrari substituíam a Cadillac no imaginário americano dos sonhos de consumo, e a divisão de luxo da GM entrou em declínio. Em setembro de 1986 o primeiro — e até agora único — Cadillac ítalo-americano estava pronto.

Bem mais atraente sem a capota, mas também sofisticado com ela, o estilo do Allanté recorria à assinatura de Pininfarina, famoso pelo desenho de inúmeros Ferraris

O Allanté se distinguia por suas linhas fluidas, de uma elegância simples e discreta. Também eram marcantes suas semelhanças com a geração de 1992 do Seville, no perfil do teto e nas grandes lanternas traseiras. Aliás, uma marca do Allanté eram as lanternas com parte da lente em branco, escondendo as lâmpadas vermelhas. Outro detalhe curioso era o emblema traseiro que funcionava como luz suplementar de freio.

O nome Allanté, apesar de parecer francês, não tem significado algum: era apenas uma das 1.700 palavras geradas por computador para batizar o roadster, assim como Callisto. Como todo produto de prazer e ostentação, o carro era muito caro, mais que qualquer outro americano até então (US$ 54.700). Caro para o consumidor e também para a Cadillac, como veremos mais adiante.

O painel de um Allanté 1988: instrumentos digitais e muitos itens de conforto para competir com esportivos de alta estirpe, como Mercedes SL e Jaguar XJ-S

O problema apareceria junto com as primeiras impressões, refletindo-se em vendas minguadas, 3.363 do primeiro ano. A primeira fornada do Allanté, entre 1987 e 1988, tinha tração dianteira e caixa automática de quatro marchas. Era montado num chassi encurtado do cupê Eldorado e tinha um motor V8 de 4,1 litros, 170 cv e torque de 32,5 m.kgf a 3.200 rpm. Para um carro desse porte e preço, deixava a desejar.

Para piorar, os dois tipos de teto de que dispunha, de lona e rígido, insistiam em vazar água quando chovia ou nas lavagens, um vexame para um carro dessa classe. A Pininfarina já havia avisado a Cadillac que precisaria de mais um ano para entregar um teto à altura do carro, mas a empresa não quis esperar. A troca da vedação ajudou, embora não resolvesse completamente. Continua

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Data de publicação: 10/6/03

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