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Estranho no ninho

O Nash Metropolitan traduziu a racionalidade dos urbanos
europeus para o estilo americano de fazer automóveis

Texto: Fabiano Pereira - Fotos: divulgação

A década de 1950 é sempre lembrada como o ápice da extravagância no estilo de vida americano, talvez a fase áurea dos valores daquela sociedade. As casas de subúrbio como símbolo da revitalizada vida em família, a jovem rebeldia do rock'n'roll, a divulgação maciça mundo afora, pelos filmes e pela recém-chegada televisão, da opulência econômica e cultural do país, ainda mais forte após a vitória na Segunda Guerra Mundial.

Entre tantas novidades da época, claro, os carros também refletiam o alto astral da cultura local. Eram grandes, cheios de cromados e de barbatanas. Só mesmo os anos 50 poderiam produzir automóveis como o  Bel Air de 1955 a 1957 e o Cadillac Eldorado 1959. Claro que também foi nessa época que o Corvette e o Thunderbird surgiram, mas essas são as exceções esportivas que justificam a regra da preferência americana por carrões familiares até então.

Dois protótipos do Metropolitan: um modelo inicial do cupê e uma perua, nunca fabricada

Por tudo isso é que o Metropolitan criado pela Nash chamava tanto a atenção na paisagem dos EUA durante aqueles anos dourados. Já havia importados europeus pelas ruas do país, mas eram veículos focados na economia de recursos. O melhor exemplo era o Volkswagen Beetle, nome do Fusca nos EUA, que vendeu até bem nas terras do Tio Sam. E por falar no lado de lá do Atlântico, o pequeno Nash também era europeu, fabricado na Inglaterra pela Austin.

Mesmo sem ter uma carreira no cinema como o Herbie, de Se meu Fusca falasse, o minúsculo Metropolitan também era um carrinho de charme inconfundível. Bem menor até que o Beetle -- 3,78 metros -- e com apenas dois lugares, há quem o chame de primeiro subcompacto da América. Como um brinquedo, seu desenho era semelhante aos dos grandalhões locais, mas numa versão infantilizada que dava aquela vontade de sorrir por onde passava. E não é que as linhas combinavam perfeitamente com o restante da linha Nash? Até estepe sobre o pára-choque traseiro ele tinha.

Parecia uma miniatura dos grandes carros americanos da época: pequeno e esperto, segundo a publicidade da versão 1500 cupê

Lançado em março de 1954, logo passou a ser apelidado de Met, a exemplo do museu nova-iorquino. O modelo chegava num ano especial: em maio a Nash se unia à Hudson para formar a American Motors Corporation, que seria o quarto maior fabricante americano até ser incorporada pela Chrysler nos anos 80. Em seu primeiro ano 13.905 Metropolitans ganharam as ruas nos EUA ou Canadá.

O Met foi desenhado nos próprios EUA por William J. Flajole. Era baseado nos carros-conceito NXI e NKI, desenvolvidos entre 1949 e 1950 pela Nash Motor Division, que na época era uma divisão da Nash-Kelvinator Corporation. Para testar a reação do público, esses estudos foram mostrados em clínicas de pesquisa para potenciais compradores em todo o país por um longo período, o que ajudou a incorporar vários dos equipamentos presentes no modelo. Continua

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Data de publicação: 27/5/03

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