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O número mágico dos anos 60

A série de carros de competição 904 a 910 iniciou
a tradição da Porsche de acumular vitórias nas pistas

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Nos anos 60, os autódromos europeus viviam a glória do automobilismo. As corridas eram românticas, os protótipos competitivos e os pilotos audazes. Locais sagrados como Le Mans (França), Nürburgring (Alemanha), Silverstone (Inglaterra), Monza e Targa Florio (Itália) recebiam carros que marcaram para sempre a história das corridas e do Campeonato Mundial de Marcas.

Em 1964, o Porsche 904 ganhava a tradicional prova italiana de Targa Florio. A carroceria era de fibra-de-vidro e usava, pela primeira vez, o seis-cilindros boxer que se tornaria muito famoso também no carro de rua 911, lançado no ano anterior. Com 1.966 cm3 e dois carburadores, desenvolvia 180 cv a 8.000 rpm e atingia mais de 250 km/h. Disputava a categoria 2,0-litros nas pistas do velho continente e seu maior "inimigo" era o Ferrari 166 Dino Spider. Mas a saga da série 900 estava apenas começando. 

Com 2,0 litros e 180 cv, o 904 (aqui e no alto) inaugurava a participação nas pistas do boxer de seis cilindros, lançado no ano anterior no 911

Dois anos depois era apresentado o Porsche 906 ou Carrera 6, como ficou conhecido. A inscrição ficava logo atrás da caixa de rodas, nos pára-lamas dianteiros. O nome, também muito conhecido em modelos de rua, era devido a grandes vitórias da casa de Stuttgart na famosa Carrera Panamericana, disputada em estradas no México. 

O 906 tinha a carroceria muito baixa, menos de um metro de altura, quatro metros de comprimento e abertura das portas tipo "asas de gaivota". O grande "vidro" traseiro mostrava o motor boxer de seis cilindros, refrigerado a ar, invertido em relação ao do 911 de rua para que ficasse à frente do eixo posterior. Por dentro era intrigante a presença de dois bancos, uma exigência do regulamento da FIA, Federação Internacional do Automóvel, por se tratar de um cupê. 

O 906: um cupê de dois lugares com portas "asas-de-gaivota" e o motor do 911
montado invertido, de modo a ficar à frente do eixo e distribuir melhor as massas

Esta berlineta de competição tinha 1.991 cm3 e potência de 210 cv a 8.000 rpm. Primeiro Porsche projetado por Ferdinand Piëch, que até abril último foi presidente do Grupo VW, pesava 580 kg, tinha notável aerodinâmica e chegava perto de 270 km/h de velocidade final. Usava pneus 550 x 13. Naquele ano venceu na classe 2,0-litros a 24 Horas de Le Mans, sendo o 4°. colocado na classificação geral; a 24 horas de Daytona, nos EUA; a 12 Horas de Sebring, também nos EUA; e a Targa Florio, na Sicília, Itália.

Em 1967 era lançado o 910, uma evolução do Carrera 6. Suas linhas estavam mais curvas. O motor passava a 2.195 cm3, tinha 10 cv a mais que o 906 e, em vez dos três carburadores duplos Weber do modelo anterior, alimentação por injeção Bosch. Venceu novamente em Targa Florio e na terra natal, em Nürburgring. Foi vendido a pilotos independentes, que obtiveram ótimos resultados.

Evolução do 906, o 910 adotava injeção em vez de carburadores e tinha 10 cv a mais. Venceu mais uma vez na Targa Florio italiana e também no circuito alemão de Nürburgring

No ano seguinte a FIA determinava que o Campeonato Mundial de Marcas teria seus motores limitados a 3.000 cm3 para protótipos. Também poderiam ser homologados carros esporte de até 5.000 cm3, mas teria que ser produzido um mínimo de 25 exemplares. A fábrica alemã, especialista em motores de baixa e média cilindrada, já havia começado a trabalhar no projeto 908 prevendo a limitação. Continua

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Data de publicação deste artigo: 22/10/02

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