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Suas rodas eram mais largas, em aço estampado, e tinham calotas cromadas. Enquanto a versão básica usava pneus 5.20-13, a Lotus dispunha de 6.00-13, ainda do tipo diagonal. Seu comportamento dinâmico era muito bom, um carro estável e agradável de dirigir em velocidade. Era oferecido somente na versão cupê. Por causa da decoração externa, era uma opção bastante atraente.

Gerry Marshall pilota um Cortina em 1966. O motor 1,6 de duplo comando, o mesmo do Lotus Elan, desenvolvia 115 cv e o levava de 0 a 100 km/h em 11 s

O motor, idêntico ao do esportivo Lotus Elan, tinha 1.588 cm3 e elevados 115 cv a 5.500 rpm. O torque máximo era de 17,2 m.kgf e a taxa de compressão de 10:1. Possuía duplo comando de válvulas no cabeçote (Twin Cam, denominação que tornou esse motor famoso), este pintado de azul para se destacar, e carburadores duplos da marca Weber. Um belo trabalho da empresa de Colin Chapman.

Esse Cortina especial usava freios a disco da famosa marca Girling na dianteira e tambores atrás. A velocidade final era de 186 km/h e fazia de 0 a 100 em 11 s, ótimos números para um carro com carroceria familiar, motor de 1,6 litro e aerodinâmica pouco desenvolvida. Enfrentava com galhardia automóveis maiores e com motores mais potentes.

O Ford inglês, que já fora comportado, enfrenta a neve no Rali de Monte Carlo, em Mônaco, em 1966

Por dentro, o volante esportivo e a alavanca do câmbio de quatro marchas tinham acabamento em madeira. O painel com fundo metálico escovado era muito bem equipado, incluindo conta-giros, marcadores de temperatura e pressão do óleo e amperímetro. Seus rivais mais próximos eram o Alfa GTA e o Renault 8 Gordini, tanto no preço quanto pelas brigas em autódromos, circuitos e estradas sinuosas.

Em 1965 era oferecido também um kit de preparação para 145 cv, para jovens pilotos interessados em ingressar nos ralis. Custava 75% do valor de um Cortina em versão básica! Com ou sem o kit, ganhou várias provas na Grã-Bretanha, e na França faturou o famoso Rali dos Alpes. Nos autódromos ingleses havia as competições monomarca, muito acirradas, e no resto da Europa as multimarca. Um de seus admiradores e usuários era o grande piloto escocês Jim Clark.

Uma reestilização em 1966 e, quatro anos depois, a adoção da carroceria do Taunus alemão levaram o Cortina a perder sua identidade

No ano seguinte o Cortina sofria uma mudança estética radical. As linhas estavam mais retas, modernas e bonitas, a grade retangular trazia fundo preto e dois faróis redondos nas extremidades. Atrás, as lanternas redondas davam lugar a retangulares. Mas a versão Lotus deixava de existir: agora recebia a denominação Cortina GT e ganhava um câmbio com novas relações. O motor não sofria grandes alterações, mas o carro estava mais lento nas acelerações, pois era mais pesado -- e menos estável.

Até hoje o Lotus Cortina é um vencedor nas corridas destinadas a carros antigos. De longe, o primeiro modelo é o mais afamado. Pelos puristas é considerado o verdadeiro. Em italiano, cortina é disfarce, cobertura ou máscara, mas o nome seja talvez dedicado à famosa Cortina D'Ampezzo, nos Alpes italianos. Em outubro de 1970 o Cortina passava a usar a mesma carroceria do Taunus alemão. Perdia o charme, a potência e a exclusividade.

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