Assinatura de prestígio
 
Eleito o Projetista do Século XX,
Giorgetto Giugiaro teve suas mãos
no desenho de grandes carros
conceituais e de produção
 
Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Semelhantes em vários detalhes, o Mustang conceitual de Bertone (em cima) e o Iso Grifo de produção foram dois de seus primeiros trabalhos

O cupê Fiat Dino ainda é da fase Bertone; já no estúdio Ghia, Giugiaro desenhou os esportivos De Tomaso Mangusta (centro) e Maserati Ghibli

O que o Uno, o Passat original dos anos 70, o BMW M1 e o Maserati Merak/Bora têm em comum? As linhas baseadas em traços retos e marcantes são apenas uma indicação do verdadeiro elo entre eles: a assinatura de Giorgetto Giugiaro, o italiano que é considerado uma das maiores autoridades no mundo em desenho de automóveis.

Giugiaro nasceu em 7 de agosto de 1938 em Garessio, na província de Cuneo, região de Piemonte. Em 1952 aos 14 anos mudou-se para Turim, onde seguiu estudos nos campos de artes durante o dia e de desenho técnico à noite. Três anos mais tarde, mostrou em uma exposição alguns esboços de automóveis que chamaram atenção de Dante Giacosa, diretor técnico da Fiat. Em três meses o jovem de 17 anos ingressava no Centro de Estilo do fabricante. Ficou ali até 1959, trabalhando inclusive no Departamento de Estudos de Desenho de Veículos Especiais, chefiado por Fabio Luigi Rapi, mas achou que não havia muito potencial de crescimento na maior marca de carros do país.

Em dezembro daquele ano, saiu para assumir um cargo de destaque no estúdio de desenho de Nuccio Bertone. Em seu período na empresa, desenhou modelos esportivos de luxo como o inglês Gordon-Keeble GT de 1960, o alemão BMW 3200 CS de 1961  e o italiano Iso Grifo de 1963, mas também o compacto japonês Mazda Familia de 1964, o pequeno conversível Fiat 850 Spider de 1965 e o cupê Dino da mesma marca (1967). Fez ainda os carros-conceito Aston Martin DB4 Jet em 1961, Ferrari 250 GT Bertone em 1962, Chevrolet Corvair Testudo em 1963, Alfa Romeo Canguro em 1964 e Ford Mustang Bertone em 1965, além do modelo especial Maserati 5000 GT em 1961.

Em novembro de 1965 Giugiaro mudava para a Ghia, outra renomada empresa italiana de desenho e construção de carrocerias, onde se tornou Diretor do Centro de Estilo e Desenho. Durante os dois anos em que esteve ali, realizou trabalhos como os italianos De Tomaso Mangusta, Maserati Ghibli (ambos em 1966) e Iso Fidia (1967), o japonês Isuzu 117 Coupe (1968) e os conceitos Fiat 850 Vanessa (1966) e Oldsmobile Toronado Thor (1967). Em fevereiro de 1967 fundava a Ital Styling, empresa independente pela qual prestava serviços à Ghia. Mas foi com a ItalDesign que Giugiaro realizou seu sonho de trabalhar por conta própria.

De início denominada Studi Realizzazione Prototipi S.p.A., a empresa sediada em Turim e fundada em 13 de fevereiro de 1968 foi uma associação com Marco Mantovani, ainda hoje atuante no conselho, e o engenheiro Luciano Bosio. Embora tenha mantido a ligação com os grandes esportivos de marcas famosas, passou a elaborar também carros mais populares. A firma ganhava em 1974 uma divisão de desenho industrial voltada a projetos de média e larga escala em diferentes ramos de mercado, como câmeras fotográficas, móveis, telefones, relógios, cosméticos e computadores.

Coube a Giugiaro introduzir o conceito conhecido como "papel dobrado", com as linhas definidas por traços retos. Isso lhe deu a fama de projetar carros muito funcionais, com bom aproveitamento de espaço e quase sempre com ampla área envidraçada. Outra solução em que foi um dos pioneiros é a de carrocerias mais altas, para que os ocupantes se sentem em posição mais ereta e haja mais espaço para todos. Continua

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Data de publicação: 18/11/08

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