A edição especial vista por dentro

No aniversário de 13 anos do Best Cars, um acesso aos bastidores
das matérias que compuseram o conteúdo agora em sua tela

por Fabrício Samahá

Mais rápido do que se poderia esperar, mais um ano está próximo de terminar e, neste dia 22 de outubro, o Best Cars apaga outra velinha, a décima terceira. Pode ser considerado o mais "experiente" dos grandes sites nacionais de informação sobre automóveis, já que um deles — o Webmotors — tem um ano a mais, só que foi destinado de início apenas a fins comerciais.

Poderia me estender sobre como tem sido gratificante receber sua visita e sua participação, como o site cresceu e alargou seu leque de serviços ou como a internet ganhou, pouco a pouco, o respeito de fabricantes e importadores. Mas nada disso seria original: você que nos acompanha há alguns, ou muitos, anos já leu sobre isso em outros editoriais nos 12 aniversários anteriores.

Em vez disso, acredito que seria interessante compartilhar com o leitor o prazer que foi para nós, da equipe, preparar esta edição especial de 13 anos.

Um preparo que começou ainda em agosto, quando contatei o Roberto Agresti — conhecido de vocês, se não por seus 15 anos à frente da Revista da Moto!, certamente pelos seis meses adiante da seção de avaliação Um Mês ao Volante — para definir que carro, ou carros, poderíamos avaliar para a edição. Tem sido tradição no site escolher automóveis especiais, potentes e de prestígio para esse fim, como BMW M3, 550i e X6, Jeep Grand Cherokee SRT-8, Lexus ES 330 e Mercedes-Benz SLK.

Disse ao Roberto que seria ideal um comparativo, como fiz nos distantes anos de 2002, com BMW 325i e Alfa Romeo 156, e de 2003 com Chevrolet Omega e Renault Laguna. Caso tivéssemos os dois carros em simultâneo, ele viria a Pindamonhangaba, SP, em um fim de semana, acompanhado de um fotógrafo, para rodarmos nas mesmas condições e fazermos juntos a sessão de imagens.

Saímos então à caça de dois carros à altura de uma edição especial. Pela experiência no ano passado, quando um concorrente ao M3 não foi obtido apesar do pedido com antecedência, decidimos continuar com a BMW — desculpe o leitor pela repetição de modelos bávaros — e buscar um oponente na Audi, outra marca em que poderíamos contar com o empenho da assessoria de imprensa. Empenho porque tínhamos poucas datas adequadas para nos reunirmos (era preciso evitar compromissos pessoais e havia diversos nos fins de semana do período) e, do outro lado, carros de prestígio costumam ser poucas unidades para atender a muitos pedidos.

Definidas duas pautas possíveis — BMW 550i contra Audi S6 e BMW Z4 contra Audi TTS conversível —, esbarramos nas limitações. A Audi estava apresentando o S6 à imprensa e o levaria a vários pontos do País no período que nos interessava; o TTS aberto estava em avaliações no Nordeste e não retornaria tão logo. Ainda bem, pois na BMW (soubemos depois) não havia Z4 na frota de imprensa...

Alternativas? Sim, e das boas. A Audi poderia passar por alguns dias a diabólica perua RS6 Avant, que cumpria uma agenda concorrida. Ótima opção, mas e o comparativo? Pensamos no BMW M5 cuja produção já foi encerrada, apenas como última oportunidade de avaliar esse mito antes que venha a próxima geração. Embora fosse uma perua com dois turbos contra um sedã de aspiração natural, havia muito em comum entre eles, como a configuração V10 dos motores e o preço bem próximo. Nada feito, disse o importador de Munique: não há mais M5 na frota.

Ainda na região acima de R$ 500 mil havia o suntuoso 750i — não mais para comparativo, mas para uma avaliação paralela de opções bem distintas ao mesmo preço —, cuja agenda já estava lotada. Conseguimos então reservar o novo 550i, ainda fresco no mercado e com atributos, digamos, bem razoáveis para a missão. Se a ideia de paralelo teve de ser abandonada, ainda ficamos com dois grandes alemães muito desejados.

Fabrício Samahá, editor

Câmeras, só as nossas
Assim, num ensolarado domingo de setembro, Roberto apareceu por aqui com uma RS6 mais azul que o céu para um passeio rápido ao lado do 550i... bom, cinzento como um dia nublado, mas ainda assim um senhor automóvel. A bordo, os amigos Paulo e Waldir, com suas câmeras fotográficas de recursos e preço compatíveis com os carros a serem enfocados.

E lá fomos nós para uma escapada até uma estradinha sinuosa da região — daquelas esquecidas pelo Poder Público, o que significa que não há maquininhas de arrecadar escondidas... Não o melhor espaço para carros de várias centenas de cavalos e perto de duas toneladas cada um: serviria melhor a um Mini Cooper ou mesmo um saudoso Ka de 1,6 litro da geração passada. Mas mostrou que esses gigantes germânicos, repletos de tecnologia e eletrônica, conseguem atuar como pequenos esportivos quando o traçado exige.

Claro, não ficamos restritos à estradinha, que não posso revelar sob risco de vê-la cheia de leitores do site na próxima visita... Rodamos também, naquele dia e nos seguintes, em rodovias mais abertas da região e em cidade, sob condições variadas de piso, clima e tráfego, para perceber como os carros se comportam no mundo real a que serão submetidos por seus donos. De resto, é observar, anotar e fotografar detalhes (e quantos detalhes havia nesse 550i!) e sentar ao computador para tentar transmitir a você as sensações que tivemos dentro dessas máquinas.

Foi um dia mais curto do que qualquer um de nós gostaria que fosse, mas bastante proveitoso.

É verdade que teria sido ótimo colocar ao menos a RS6 em uma pista, um circuito, para poder levá-la aos limites — o 550i já não combinaria tanto com esse propósito, embora certamente cumprisse tal missão com louvor, como é esperado da marca. Mas faltou oportunidade e, de qualquer forma, esperamos ter compensado essa falta com um "assento" bem calibrado.

Concluídos os textos das principais matérias da edição especial, o restante foi produzido aqui mesmo, diante do computador e das fontes de consulta. Apesar de não ter dirigido um até hoje (quem sabe um dia?), foi um prazer escrever a história do Dodge Viper, carro que me impressionou desde que sua versão conceitual foi apresentada, no Salão de Detroit de 1989, ainda sem previsão de chegar às ruas. E lá fui eu à estante localizar as publicações mais relevantes sobre ele, como um teste da Car and Driver norte-americana com o RT/10 inicial de 1992.

Em paralelo ao detalhado texto para a seção Carros do Passado, outro trabalho que demanda muita atenção: a Eleição dos Melhores Carros. A maior votação sobre automóveis da internet chega à décima terceira edição com uma das melhores disputas já vistas, pois o mercado ganhou marcas e modelos no último ano e houve diversas renovações entre os concorrentes. Mais do que nunca, vale consultar as matérias do site relacionadas aos modelos — inserimos um atalho direto para cada um deles, assim como grandes fotos — para fazer uma escolha consciente.

Cogitamos de criar novas categorias este ano, mas ponderamos que um excesso delas poderia tornar a escolha e o preenchimento da "cédula" muito demorados e, com isso, menos atraentes. Afinal, a eleição recebe um grande e variado público (quase 40 mil pessoas na edição anterior), nem todo ele formado por entusiastas por automóveis. Assim, mantivemos as classes do ano passado — apenas com a eliminação de Minivan Média/Grande, que teria hoje só dois competidores.

Concluída essa edição que você agora tem na tela, fica a satisfação de ver o Best Cars chegar aos 13 anos com o ímpeto de um adolescente e a maturidade de um adulto bem formado. Um site enriquecido por sua visita, suas opiniões e sugestões, e por somar uma equipe tão empenhada em lhe trazer informação e entretenimento com qualidade: os colunistas Arthur, Geraldo "Tite", Kleber, Marcio e Roberto, o consultor Iran e os colaboradores Edilson, Fabiano, Francis, José Geraldo e Thiago.

A eles e a você que nos acompanha, meus agradecimentos. E boa leitura!

E lá fomos nós para uma escapada até uma estradinha sinuosa — daquelas esquecidas pelo Poder Público, sem maquininhas de arrecadar escondidas...

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Data de publicação: 23/10/10

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