À frente, de olho no retrovisor

O fim de mais um ano convida a lembrar os principais fatos, enquanto
se renovam os desejos de um 2010 ainda melhor para todos nós

por Fabrício Samahá

Presentes de Natal já sob a árvore, peru no refrigerador, calendário do novo ano colocado atrás do que está na última página: sinais de que mais um ano termina e, como de hábito, é o momento de fazer um retrospecto do que ele trouxe para nossa vida de aficionados — ou mesmo apenas interessados — em automóveis.

Mundo afora, 2009 foi um ano difícil, com queda de vendas nos principais mercados (exceções à China, que cresceu 45%, e à Alemanha, 26%) e duas tradicionais companhias norte-americanas (General Motors e Chrysler) entrando em concordata. No Brasil, porém, foi mais um ótimo ano em que todos se refizeram do susto do último trimestre de 2008, época dos efeitos mais acentuados da crise mundial. Estimulados pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), os brasileiros terão levado para casa algo como 3,1 milhões de carros até que as luzes do ano se apaguem, cerca de 10% acima do total de 2008. Na produção, a expectativa da Anfavea — associação dos fabricantes — no começo de dezembro era de atingir o mesmo patamar do ano anterior, com 3,2 milhões, enquanto as exportações devem registrar o total de US$ 8,2 bilhões, 41% abaixo de 2008.

Apesar dos receios em relação à economia mundial, foi um ano com vários lançamentos, tanto feitos aqui quanto importados. Houve a Citroën C4 Picasso em janeiro; o Volvo XC60 em fevereiro; o C4 de cinco portas, o Renault Symbol, a Nissan Livina e os Mercedes-Benz CLC e GLK em março; o Mini e o Smart Fortwo em abril; três Volkswagens (Tiguan, Eos e Passat CC) e o Audi Q5 em maio; o Mercedes-Benz Classe E, a Grand Livina, o Fiat Strada de cabine dupla e o Hyundai I30 em junho; o Honda City, o Kia Soul e o Mitsubishi Pajero Dakar em julho; o novo VW Saveiro, o Chery Tiggo, o Suzuki SX4 e os Kias Cerato e Mohave em agosto; o Porsche Panamera em setembro; o Lamborghini Gallardo, o Fiat 500 e o Chevrolet Agile em outubro e o BMW Z4 em novembro, além de diversas remodelações parciais e mudanças em versões, motores, câmbios.

Neste espaço, abordamos alguns importantes temas. Em janeiro, falamos no contraste do Salão de Detroit entre carros favoráveis ao meio ambiente e os tradicionais esportivos de centenas de cavalos. O ranking dos carros menos vendidos do mercado, com casos que decepcionam pelo insucesso, e a obrigatoriedade de bolsas infláveis frontais no mercado nacional eram assuntos em fevereiro. Em março, nossos temas foram o conflito entre forma e função — desenhos nem sempre favoráveis a quem usa o automóvel — e a longevidade da posição dos comandos dos carros, que raramente tem admitido variações.

Quando em abril chegamos à edição número 300, relembramos os muitos colaboradores que ajudaram o Best Cars a alcançar sua posição de destaque na internet. Também indicamos que a etiqueta de consumo de combustível deveria ser obrigatória e passar por acertos. Ainda sobre consumo, as tardias restrições a esse fator nos Estados Unidos eram tema em maio, ao lado da anunciada despedida da Pontiac. Em julho falamos do "carrossel de marcas", em que empresas tradicionais mudavam de mãos, embora algumas intenções de venda — como a da Opel, braço alemão da General Motors — não tenham se concretizado. E das curiosas razões dos fabricantes para adotar nomes estranhos como Amarok, do novo picape médio da Volkswagen.

A tendência por câmbios mais longos, que melhoram consumo, nível de ruído e emissão de CO2, era comentada em julho assim como a importância de analisar, em termos financeiros, se já é o momento ideal para trocar o carro por um novo ou um mais novo. Em agosto, citamos os muitos modelos importados que ganhavam competitividade com os nacionais, em parte pela queda da cotação do dólar, apesar do protecionista Imposto de Importação de 35%. Também sobre comércio internacional, fazíamos uma bem-humorada reflexão sobre as dificuldades que um exportador, em outro país, encontraria para vender carros ao peculiar mercado brasileiro.

Por ocasião do Salão de Frankfurt, em setembro, falamos da forte tendência por formas de propulsão com menor impacto ambiental, como carros híbridos e elétricos, sem que isso indicasse o fim da esportividade e do alto desempenho. Em novembro, observamos como foi tímido o avanço de nossos carros durante os 12 primeiros anos do Best Cars, enquanto no exterior a tecnologia dava passos bem mais largos. No último mês do ano comentamos a utilidade dos navegadores por GPS.

Fabrício Samahá, editor

Crescimento do site
O aquecimento do mercado refletiu-se em crescimento da visitação do Best Cars, prova de que o consumidor brasileiro usa cada vez mais a internet como ferramenta para se decidir por um ou outro modelo. Nosso número de visitantes únicos — parâmetro que desconsidera as páginas adicionais abertas pelo mesmo internauta — tem superado 300 mil por mês e a página principal passa de meio milhão de visitas mensais, números de respeito para um site dedicado apenas a conteúdo editorial, sem área de classificados.

A 12ª edição da Eleição dos Melhores Carros, que acaba de encerrar o período de votação, ganhou mais três categorias e superou o número de votos da anterior. Como tem ocorrido todo ano, houve grande movimentação nos sites, blogs e fóruns da rede mundial para que os admiradores de marcas e modelos participassem, em busca de melhores resultados para seus carros prediletos. Quando tiver os resultados divulgados, em 30 de janeiro, a eleição mostrará como um público bem informado avalia as novidades de 2009 em comparação aos concorrentes já estabelecidos.

Em meio a tais êxitos, torna-se cada vez mais difícil entender como uma empresa do porte da General Motors se dá ao luxo de manter, por um ano inteiro, o Best Cars de fora de seus lançamentos. O motivo da exclusão nunca foi explicado pela empresa, que alegou apenas ter seus "critérios" para convidar as mídias. O que nos perguntamos é por que tais critérios são diferentes dos que vigoram em todas as outras marcas. Fica a expectativa por uma luz nas mentes que decidem sobre o assunto na empresa em 2010.

E guardei para este último editorial do ano uma boa notícia para todos que, como eu, acreditam nas pessoas e esperam que os direitos legítimos prevaleçam. O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) concedeu-nos o registro da marca Best Cars, três anos após o ingresso do pedido. Como é notório, persiste uma disputa no órgão entre nossa empresa — que tem esse nome desde 2000 e o usa no site desde 1997 — e a editora Motorpress, que publica a revista Carro e em 2006 passou a usar o nome em uma votação sobre melhores carros, nos mesmos moldes da que realizamos. A revista chegou a divulgar que a marca estivesse registrada em seu nome, embora tivesse apenas pedido o registro, a que fizemos oposição no Inpi. Agora é tomar providências para que cesse o uso indevido.

Foi um bom ano para nós e esperamos que tenha sido também para você, leitor ou leitora que nos prestigia com sua visita em uma internet tão repleta de boas opções de informação. Mais importante, desejamos que 2010 lhe traga saúde, paz, sucesso e realizações. E que estejamos juntos por mais um ano em nosso Best Cars, comemorando vitórias e brigando pelo que consideramos merecido.

O aquecimento do mercado refletiu-se em crescimento da visitação do Best Cars, prova de que o consumidor brasileiro usa cada vez mais a internet como ferramenta para se decidir por um ou outro modelo.

Colunas - Página principal - Envie por e-mail

Data de publicação: 18/12/09

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade