A simplificação do
Grupo Volkswagen em denominar todos os seus peculiares motores com a
letra "W" gera, realmente, confusão. Ocorre que cada um -- W8, W12,
W16, W18 -- possui uma configuração diferente.
Todos eles têm origem no VR6, o "V6 em linha" (o R é de reihe,
em linha em alemão) lançado ainda na década de 80 nos modelos
Golf e Corrado. Este consiste em
um bloco com seis cilindros em linha, só que defasados dois a dois em
15º. Embora esta solução aumente o comprimento do bloco se comparada a
um V6 tradicional, tem a vantagem de resultar em largura bem menor, o
que permite seu uso em cofres compactos como o do Golf. Alguns VW
oferecem ainda um V5, que é o VR6 com um cilindro a menos.
Da
combinação de dois VR6, lado a lado, nasceu o W12 (ao lado),
apresentado em 1997 no carro-conceito de mesma denominação e
introduzido no mercado pelo Audi A8
de primeira geração. As metades do motor estão defasadas em 72º,
unidas pelo virabrequim. Portanto, está incorreto o que lhe disseram
sobre três fileiras de cilindros, com ângulos de 45º entre cada uma e
de 90º entre as mais distantes.
Conseguido o êxito do W12, a VW partiu para projetos mais ousados.
Adotando mais dois cilindros em cada metade do motor (como se fossem
dois VR8 lado a lado) obteve o W16, utilizado no carro-conceito
Bentley Hunaudières e em diversos
Bugattis, inclusive o Veyron
de 1.001 cv agora lançado (neste, porém, o ângulo entre fileiras é de
90º, provavelmente para baixar o centro
de gravidade).
Outra proposta, mas não derivada do VR6, foi a do W18. Este, sim,
recorria a três fileiras de cilindros unidas pelo virabrequim, com
seis cilindros em cada e um ângulo interno de cerca de 60º (em torno
de 120º entre as fileiras mais distantes).
Esta disposição havia sido tentada pela Audi em um W12, mas esbarrou
na dificuldade de instalar o coletor de escapamento para a fileira
central sem superaquecer o conjunto, além das excessivas dimensões.
Por essa complexidade -- e complexidade resulta em custo --, o W18
provavelmente nunca chegará às ruas.
Finalmente, o W8 (ao lado), utilizado no Passat, segue a configuração
do W12 e do W16, mas com apenas quatro cilindros em cada metade. Os
ângulos entre eles são mantidos: 15º entre os cilindros de uma mesma
fileira e 72º entre as duas fileiras. É como se fossem unidos dois VR4
pelo virabrequim.
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