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por Fabrício Samahá 

VR6, W8, W12, W16: entendendo
esses motores do Grupo VW


Estou fazendo um curso de mecânica básica, e o instrutor nos ensinou que o motor W12 da Volks é chamado assim por ser um motor em V que tem mais um bloco de cilindros no meio do V. Assim sendo, cilindros em ângulo de 90 graus no meio e a 45 graus em ambos os lados, de modo que visto de frente formaria um W. Mas não foi isso que eu vi na foto do W12. Quem está certo afinal?

Outra pergunta: como é exatamente o motor VR? Como os pistões e bielas ficam em relação à árvore de manivelas? Tem que ter alguma angulação, já que há cilindros um ao lado do outro. O BCWS é o melhor site sobre carros. De fato, em uma semana de curso de mecânica numa instituição conceituada ainda não foi me dito nada que eu não tenha lido aqui...

Leandro Arrábida Dias da Cunha
Rio de Janeiro, RJ
larrabida@globo.com

A simplificação do Grupo Volkswagen em denominar todos os seus peculiares motores com a letra "W" gera, realmente, confusão. Ocorre que cada um -- W8, W12, W16, W18 -- possui uma configuração diferente.

Todos eles têm origem no VR6, o "V6 em linha" (o R é de reihe, em linha em alemão) lançado ainda na década de 80 nos modelos Golf e Corrado. Este consiste em um bloco com seis cilindros em linha, só que defasados dois a dois em 15º. Embora esta solução aumente o comprimento do bloco se comparada a um V6 tradicional, tem a vantagem de resultar em largura bem menor, o que permite seu uso em cofres compactos como o do Golf. Alguns VW oferecem ainda um V5, que é o VR6 com um cilindro a menos.

Da combinação de dois VR6, lado a lado, nasceu o W12 (ao lado), apresentado em 1997 no carro-conceito de mesma denominação e introduzido no mercado pelo Audi A8 de primeira geração. As metades do motor estão defasadas em 72º, unidas pelo virabrequim. Portanto, está incorreto o que lhe disseram sobre três fileiras de cilindros, com ângulos de 45º entre cada uma e de 90º entre as mais distantes.

Conseguido o êxito do W12, a VW partiu para projetos mais ousados. Adotando mais dois cilindros em cada metade do motor (como se fossem dois VR8 lado a lado) obteve o W16, utilizado no carro-conceito Bentley Hunaudières e em diversos Bugattis, inclusive o Veyron de 1.001 cv agora lançado (neste, porém, o ângulo entre fileiras é de 90º, provavelmente para baixar o centro de gravidade).

Outra proposta, mas não derivada do VR6, foi a do W18. Este, sim, recorria a três fileiras de cilindros unidas pelo virabrequim, com seis cilindros em cada e um ângulo interno de cerca de 60º (em torno de 120º entre as fileiras mais distantes). Esta disposição havia sido tentada pela Audi em um W12, mas esbarrou na dificuldade de instalar o coletor de escapamento para a fileira central sem superaquecer o conjunto, além das excessivas dimensões. Por essa complexidade -- e complexidade resulta em custo --, o W18 provavelmente nunca chegará às ruas.

Finalmente, o W8 (ao lado), utilizado no Passat, segue a configuração do W12 e do W16, mas com apenas quatro cilindros em cada metade. Os ângulos entre eles são mantidos: 15º entre os cilindros de uma mesma fileira e 72º entre as duas fileiras. É como se fossem unidos dois VR4 pelo virabrequim.

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Data de publicação: 9/8/03

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