A Avgas, ou gasolina
de aviação, possui algumas propriedades diferentes das usadas nos
automóveis. Ela é menos volátil (portanto menos causadora de
explosões) para eliminar qualquer possibilidade de bloqueio por
vapor no sistema de alimentação, que num avião é fatal, pois o
motor pára de funcionar.
Outra característica é conter chumbo tetraetila para elevar sua octanagem, o que a torna imprópria
para uso em motores com catalisador no sistema de escapamento -- o
componente pode se danificar em poucos quilômetros. A
terceira característica é não conter álcool algum.
Finalmente, seu poder calorífico é o mesmo de qualquer gasolina
(sem álcool, naturalmente).
Sua octanagem
corresponde a 100 RON, ficando o 130 RON (ela é descrita como
100/130) referência para condições de decolagem (potência máxima
com mistura rica). Para efeito comparativo com a gasolina automobilística,
considere-a com sendo de 100 octanas (a Premium dos postos tem 98,
mas com 26% de álcool). Nos caminhões-tanque e tambores nos
aeroportos lê-se Avgas 100/130.
Há vários anos existia a
80/87 e a 115/145, estas para os motores Wright
turbocompostos (uma turbina acionada pelos gases de escapamento
contribuía para a potência, além do efeito do compressor). Esse
motores eram usados nos Lockheed Super H Constellation e Douglas DC-7C
e ficaram conhecidos por ser muito sensíveis à detonação e
quebrar muito.
À parte a questão do catalisador, a gasolina de
aviação pode ser usada em qualquer motor calibrado para
gasolina sem álcool, sem nenhum tipo de prejuízo. Nos autos
antigos é até recomendada, pois o chumbo tetraetila age
como lubrificante das sedes de válvulas. As sedes dos motores foram
modificadas nos motores mais recentes para usar gasolina sem chumbo.
E, por ser menos volátil, decompõe-se bem mais lentamente no tanque
do veículo.
Quanto aos óleos, todo motor
precisa de óleo fino na partida e no período de aquecimento,
assegurando a melhor lubrificação possível de todo o motor. Só
que os óleos minerais, por mais que sejam aditivados e modificados,
apresentam acentuada queda de viscosidade à medida em que sua
temperatura sobe (um pouco menos com os multiviscosos). É aí que entra o óleo sintético, pois é fino mas mantém
viscosidade (e a pressão de trabalho) em temperaturas elevadas.
É
recomendado para quem trafega horas a fio em velocidade máxima,
como é comum na Alemanha e alguns países europeus como França e
Itália, onde o limite de 130 km/h é mera referência. Para ter idéia
de como são finos, nos óleos de competição, como os de um Fórmula
1, sua viscosidade é SAE 0,15 (isso mesmo: menos que 1), mais ou menos a
viscosidade da Coca-Cola... Pode haver ligeiro aumento de consumo em
relação aos óleos minerais, mas nada que preocupe.
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