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A direção eletrônica Servotronic e
o sistema de veículos pesados


O que é direção Servotronic (Opala 92)? Qual a vantagem da caixa de setor sobre a de pinhão e cremalheira em veículos com motores pesados?

Wedson Carlos de Assis
Brasília, DF
wedson_assis@hotmail.com

É sempre desejável que uma direção assistida ("hidráulica", como é mais conhecida, que na verdade descreve a forma de assistência) se torne mais firme com o aumento da velocidade, de modo a evitar leveza excessiva e sensação de insegurança. O modo mais simples e barato de reduzir a assistência é vinculá-la à rotação do motor: quanto maior a rotação, menor a assistência, portanto mais pesada a direção se torna. É a chamada assistência regressiva.

Só que em algumas situações o efeito pode não ser o desejado: ao trafegar em marcha mais baixa, por qualquer motivo (como obter freio-motor em uma descida de serra), a direção ficará mais pesada do que deveria. Por isso surgiu a Servotronic, uma direção com assistência controlada eletronicamente. Lançada em 1987 no BMW Série 7, na produção brasileira equipou o Diplomata (apenas em 1991 e 1992, na foto) e os picapes GM da Série 20 (de 1993 a 1996) e Silverado.

A Servotronic utiliza o velocímetro (eletrônico) como sensor de informação. Até 10 km/h proporciona máxima leveza; a partir daí até 100 km/h, a direção ganha peso, chegando a exigir quatro vezes mais esforço para ser movida. Consta que a GM desistiu de adotá-la no Omega nacional, em 1992, porque o sistema original alemão estava calibrado para eliminar a assistência a 120 km/h. Como o limite em nossas estradas ficava entre 80 e 100 km/h à época, optou por uma assistência regressiva convencional.

Quanto à segunda pergunta: engrenagens tipo setor e sem-fim possibilitam relações de transmissão mais altas do que as de pinhão e cremalheira, sendo por isso mais adequadas para as caixas de direção de veículos pesados. Nada impede, porém, que fabricantes de caminhões e ônibus adotem caixas de pinhão e cremalheira -- superiores em precisão e mais leves --, desde que a assistência esteja de acordo com a necessidade.

Nos caminhões e ônibus há coisas inexplicáveis, como a demora em adotar freios a disco e a teimosia em usar volantes de direção de tamanho descomunal, herança do tempo em que nem se pensava em direção assistida nesses veículos. Os controles primários (volante, pedais e alavanca de câmbio) poderiam ser iguais aos de um automóvel, da mesma forma que os controles de um quadrimotor Boeing ou Airbus são iguais aos de um pequeno Cessna 150
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Data de publicação deste artigo: 6/7/02

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