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Consultório Técnico

por Fabrício Samahá


Correia dentada: quebra pode danificar válvulas


Quais os danos causados ao motor quando se quebra a correia dentada, com o carro em movimento, por exemplo numa curva, quando se reduz para a 2ª. marcha? No meu caso foi num Uno MIlle ELX 95 a carburador. Na oficina em que coloquei eles mudaram a correia dentada mas o carro não funcionou. Alegaram estrago nas válvulas e possível serviço de retifica na parte superior do motor. Isto estará certo? Quais os riscos de não ficar como antes, pois sou o primeiro dono do carro e nunca precisei mexer no motor a não ser colocar óleo?

Gidalte Neto
Natal, RN
gidalte@eol.com


A correia dentada de distribuição é responsável por ligar o eixo-comando de válvulas ao virabrequim do motor, sincronizando-os e fazendo com que as válvulas de admissão e de escapamento se abram e fechem no momento exato.

Quando ela se parte, em geral por desgaste não constatado pelo usuário, as válvulas se movimentam de forma desordenada e, por inércia de funcionamento, os pistões permanecem subindo e descendo por algum tempo.
Nesse período, de acordo com as características construtivas do motor -- sendo a taxa de compressão um importante fator --, pode ocorrer de pistões e válvulas se chocarem, com grande possibilidade de empenamento das válvulas e de danos às cabeças dos pistões.

A retífica superior, a que a oficina se refere, consiste em substituir as válvulas danificadas e retificar sua sede, ou seja, o local do cabeçote onde elas se alojam, a fim de garantir correto assentamento e evitar a passagem de óleo lubrificante para a câmara de combustão, o que provocaria sua queima e consumo. Se o serviço for bem feito e os pistões não estiverem danificados, o motor deverá voltar a funcionar sem problemas.

Os motores Fiat da geração Fiasa, projetados pelo engenheiro italiano Lampredi, que compreendem versões de 1.000, 1.050, 1.300 e 1.500 cm3 produzidas no Brasil (observe que há outra versão 1.500 de origem argentina, similar em arquitetura ao 1.600 ainda hoje utilizado), são conhecidos por sua propensão à quebra da correia dentada.

Isso ocorre porque o motor parece ter sido projetado para "girar ao contrário": o tensor da correia fica montado em seu ponto tenso, como se numa bicicleta com marchas o tensor da corrente estivesse na parte superior e não na inferior do sistema. Isso também impede reajustes de tensão, sendo possível ajustar a correia apenas uma vez, na montagem. O Teste do Leitor mostra que problemas com esse componente ocorrem também em outros motores da marca, sendo presumível uma qualidade inadequada aos esforços sofridos pela correia.

Para prevenir o rompimento da correia dentada, verifique suas condições e substitua-a nas quilometragens recomendadas pelo fabricante -- em geral, por volta de 50.000 km -- ou mesmo antes. É também um item importante a se avaliar ao adquirir um carro usado.

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