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As indicações de fluxo de
combustível em carros e aviões


Parabéns pelo excelente site. Trabalhei durante anos como técnico em instrumentos aeronáuticos e por uma experiência pessoal surgiu uma dúvida: um conhecido adquiriu um Omega com computador de bordo. Como eu tinha curiosidade para saber como se comportava o consumo de combustível em situações diversas de pilotagem, propus a ele experimentar. A nossa surpresa aconteceu em uma descida com freio-motor, pois tivemos uma indicação absurda de consumo, não me lembro no momento, do tipo de 40 ou 50 km/l.

A conclusão que eu cheguei na época é que o sistema funcionava a partir da depressão do sistema de admissão, e por isso o consumo seria relativo a valores que o fabricante considerava como normais ao veículo em condições de condução diária. Algo similar ao que se usa em motores convencionais aeronáuticos médios, ou seja: se mede a pressão de admissão do combustível na válvula de distribuição para os bicos injetores (a famosa aranha) através de um instrumento calibrado (fuel flow) especificamente para o modelo de motor em questão. No frigir dos ovos: este instrumento nada mais é do que um manômetro, em que lê o consumo instantâneo do motor.

Se em relação a este caso descrito eu estiver certo, não desmontei o Omega para confirmar, e se houver semelhança nos sistemas dos veículos utilizados no teste, este não poderia estar com os resultados comprometidos? Em tempo: também acredito que a forma de dirigir defendida pelos senhores é a mais adequada, tanto que a utilizo na quase totalidade dos meus 20 anos de motorista. Gostaria apenas que não houvesse brechas para maiores dúvidas.

Maury Maia
Porto Alegre, RS
mauryclm@ig.com.br

A quantidade de combustível que entra no motor, Maury, é calculada pelo próprio processador de gerenciamento a partir da freqüência de abertura das válvulas de injeção (injetores). A quantidade, por sua vez, é comparada com a distância percorrida, provendo o consumo e indicando-o num mostrador. Em muitos computadores de bordo a indicação passa a litros por hora quando o veículo se encontra parado ou em velocidade bem reduzida.

Nos aviões é indicado apenas o fluxo, mas não nos parece que seja interpretação de vácuo. Tanto que nos gráficos de operação existentes nos manuais do piloto, em que se confrontam abertura do acelerador (pressão no coletor) e rotação, o consumo diminui com mais acelerador (menos vácuo) e menor rotação (de acordo com o método carga de utilização que o BCWS recomenda).

Para os leitores que não sabem, nos aviões de motor a pistão o passo da hélice é variável, como se fosse uma caixa de câmbio de automóvel. Na decolagem usa-se passo mínimo, para que o motor possa atingir a rotação de potência máxima, e em subida e cruzeiro o passo é aumentado e a rotação, diminuída.

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Data de publicação: 29/3/03

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