Vibrações também ocorrem
em motores com cilindros em "V"

Entendi quais são as diferenças na prática da relação entre diâmetro e curso em motores em linha, mas os benefícios e diferenças também se aplicam a motores em "V"? Pois no mesmo caso, quando a relação r/l ultrapassa 0,3, o motor se torna mais ruidoso e, como dito por vocês, no motor Chevrolet 2,2 litros há um contra-balanceio para amenizar isso. Mas num motor em "V" a ordem de ignição adotada na maioria deles, que é mais ou menos "cruzada", não necessitando a utilização de um contra-balanceio, e desta forma diminuindo assim o "curso" da vibração em rotações mais altas. Seria mais ou menos isso? Parabéns pelo belíssimo e precioso trabalho.

Paulo Willian Silva Pinto
São Paulo, SP
rauluar@mailbr.com.br

O problema não é de cilindrada total, Paulo, nem de configuração dos cilindros (em V, em linha), mas de cilindrada unitária. Para automóveis o ideal é que cada cilindro tenha entre 300 e 500 cm3. Acima deste marco, é preciso mais atenção às forças de inércia. Quanto maior o número de cilindros para uma mesma cilindrada, melhor: num 2,5-litros é preferível seis cilindros a quatro, por exemplo. Mas motores em V também utilizam árvore de balanceamento, como o V6 de 4,3 litros (mais de 700 cm3 por cilindro) do S10 e Blazer.

À parte esse aspecto, quanto mais cilindros, menor o intervalo entre um tempo-motor (combustão) e outro, que também contribui para a suavidade. Num quatro-cilindros ocorre uma combustão a cada 180 graus de rotação do virabrequim; num oito, a cada 90 graus; 12 cilindros, a cada 60 graus (obtêm-se o intervalo dividindo-se 720 pelo número de cilindros). A ordem de ignição é estabelecida de modo a apenas acompanhar os tempos de abertura e fechamento de válvulas, por sua vez escalonados de maneira que cilindros adjacentes interfiram o menos possível com o fluxo de mistura ou ar e gases de escapamento de cada um.

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Data de publicação: 18/2/03

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