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por Bob Sharp

Troca de relação: as engrenagens
não se aproveitam


Eu tenho um Santana 2.0 1990, que levei ao meu mecânico para orçar o alongamento do câmbio. Quanto à troca do diferencial (o atual é de 4,111:1 e eu quero instalar o de 3,889:1) ele me disse ser extremamente desaconselhável, pois sempre que se instala um diferencial novo em uma caixa de câmbio usada ele "canta" muito. Isso pode mesmo acontecer, mesmo com um conjunto de engrenagens novas? E o nível de ruído seria tão intenso assim? De acordo com o meu mecânico eu deveria trocar a caixa inteira apenas para trocar o diferencial.

Seria possível colocar a engrenagem de 5ª. do meu carro para rodar no lugar da 4ª.? Além da troca do diferencial, quero transformar o meu câmbio de 5 marchas reais em um 4+E, e a relação de 4ª. marcha do câmbio longo original da VW é de 0,83, muito próxima dos 0,80 da 5ª. do meu câmbio atual. Assim, só seria necessário trocar as engrenagens de 2ª., 3ª. e 5ª., já que as relações de 1ª. e da ré são iguais. E assim a rotação de velocidade máxima em quarta casaria perfeitamente com a de potência máxima.

Ainda, o manual apenas informa o valor de potência e torque brutos. Por acaso a norma de medição bruta também altera o regime de rotações onde a potência e o torque máximo são atingidos? Ou apenas o valor aumenta? Um exemplo: o manual informa 110 cv a 5.400 rpm, enquanto a potência líquida ficaria por volta de 105 cv. Mas esses 105 cv são atingidos às mesmas 5.400 rpm, ou poderiam ser a 5.200 ou 5.500 rpm?

O Best Cars Web Site mudou completamente a maneira como eu enxergava os automóveis e o ato de dirigir. Tudo o que eu aprendi aqui só fez aumentar a minha paixão por carros. E por causa desta abundância de informações, ele ainda me ajuda a "evangelizar" todos os meus familiares e amigos, libertando-os dos "falsos profetas" que existem por aí. Principalmente de um certo tipo, extremamente tendencioso e inexato, que apóia sua falsa credibilidade apenas na sua idade e "tradição".

Luiz Augusto Alvarenga de Barros
Uberlândia, MG
l-barros@uol.com.br

Você está certo: a precisão de usinagem atual permite que se troquem peças sem alterar as características dos conjuntos. No caso de câmbios e diferenciais, não há aumento algum de ruído, mesmo se tratando de peças usadas (em bom estado). No caso de par de engrenagens hipóides (eixos não-coincidentes), como nesse câmbio 013, é preciso conhecimento e equipamento para montagem correta, ajustando-se profundidade do pinhão na coroa e folga entre dentes.

No tocante às engrenagens das marchas, não é possível montá-las em outras posições dentro da caixa devido a diferenças dimensionais. Para efetuar a transformação que você quer a única engrenagem que permanecerá será a conduzida de primeira (38 dentes). Terão de ser substituídos a árvore primária (que contém as engrenagens condutoras de primeira e segunda com 11 e 19 dentes), engrenagem de segunda (34 dentes), par de terceira (34:30 dentes), par de quarta (29:35 dentes) e par de quinta (26:38 dentes).

Mas para o Santana ficar certo, o recomendado é fazer o câmbio passar a 4+E com diferencial 3,889:1 (35:9 dentes), uma combinação que nunca existiu de fábrica. Sobre motor, costuma haver diferença de rotação quando o padrão de medição é bruto ou líquido. Nossos registros indicam para o motor de seu Santana torque líquido de 17,5 m.kgf a 3.400 rpm e potência líquida de 110 cv a 5.200 rpm, supondo motor a gasolina.

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Data de publicação: 5/7/03

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