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por Fabrício Samahá 

Sistema elétrico de 42
volts ainda não é viável


Tenho lido a respeito de sistemas elétricos de 42 volts para automóveis. Qual a vantagem em relação aos atuais de 12 volts? Já existem carros assim equipados?

Marcos Fonseca
São Paulo, SP
viper.rt10@uol.com.br

Desde que a General Motors introduziu o sistema elétrico de 12 volts (com um alternador que produz em média 14 volts), no Cadillac série 62 de 1954, houve pouca evolução neste setor dos automóveis, apesar da crescente necessidade de energia para os equipamentos elétricos e eletrônicos. Hoje estudam-se os sistemas com tensão de 36 volts e alternador para 42 volts, mas ainda há um bom caminho a percorrer até sua viabilidade.

Por que aumentar a tensão? Isso se explica pela equação que diz que, para uma mesma potência (em watts), será necessária menor intensidade de corrente (em ampères) quanto maior for a tensão (em volts), e vice-versa. Assim, um sistema de 42 volts permitiria baixar em dois terços o consumo de energia (em ampères) dos atuais de 14 volts para realizar as mesmas funções.

Com a tendência de consumo cada vez maior, um alternador atual de 14 volts e cerca de 120 ampères pode ter de chegar a 200 ampères num futuro breve, o que o tornaria ruidoso, acarretaria maior perda de potência para o motor e exigiria uma fiação mais espessa. Já um alternador de 42 volts forneceria a mesma potência com apenas 66 ampères.

Parece um ótimo caminho, mas há obstáculos. Sistemas de alta tensão ampliam a tendência à corrosão dos componentes e podem ser perigosos para os equipamentos do veículo em situações de pico, como ocorre quando a bateria é desconectada. Os filamentos de lâmpadas precisam ser maiores e há componentes, como microchips, que não suportam mais de 5 volts. Com isso, torna-se necessário instalar dois sistemas independentes, um de 42 volts, outro de 14.

Por essas dificuldades, os sistemas de 42 volts ainda não são viáveis. A Mercedes-Benz, que pretendia adotá-los a partir de 2005, mantém os estudos em espera. O único carro que já roda com eles é o Toyota Crown (foto), em uma versão híbrida (a gasolina e com motor elétrico) específica para o mercado japonês, que vendeu apenas 2.000
unidades em três anos.

Uma das vantagens, neste caso, é permitir que o ar-condicionado permaneça ligado por longo tempo, alimentado pelo sistema elétrico, enquanto o motorista aguarda o executivo ― não fossem os 42 volts, seria preciso manter o motor a gasolina ligado, consumindo combustível e poluindo.

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Data de publicação: 10/6/03

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