Desde que a General
Motors introduziu o sistema elétrico de 12 volts (com um alternador
que produz em média 14 volts), no Cadillac série 62 de 1954, houve
pouca evolução neste setor dos automóveis, apesar da crescente
necessidade de energia para os equipamentos elétricos e eletrônicos.
Hoje estudam-se os sistemas com tensão de 36 volts e alternador para
42 volts, mas ainda há um bom caminho a percorrer até sua viabilidade.
Por que aumentar a tensão? Isso se explica pela equação que diz que,
para uma mesma potência (em watts), será necessária menor intensidade
de corrente (em ampères) quanto maior for a tensão (em volts), e
vice-versa. Assim, um sistema de 42 volts permitiria baixar em dois
terços o consumo de energia (em ampères) dos atuais de 14 volts para
realizar as mesmas funções.
Com
a tendência de consumo cada vez maior, um alternador atual de 14 volts
e cerca de 120 ampères pode ter de chegar a 200 ampères num futuro
breve, o que o tornaria ruidoso, acarretaria maior perda de potência
para o motor e exigiria uma fiação mais espessa. Já um alternador de
42 volts forneceria a mesma potência com apenas 66 ampères.
Parece um ótimo caminho, mas há obstáculos. Sistemas de alta tensão
ampliam a tendência à corrosão dos componentes e podem ser perigosos
para os equipamentos do veículo em situações de pico, como ocorre
quando a bateria é desconectada. Os filamentos de lâmpadas precisam
ser maiores e há componentes, como microchips, que não suportam mais
de 5 volts. Com isso, torna-se necessário instalar dois sistemas
independentes, um de 42 volts, outro de 14.
Por essas dificuldades, os sistemas de 42 volts ainda não são viáveis.
A Mercedes-Benz, que pretendia adotá-los a partir de 2005, mantém os
estudos em espera. O único carro que já roda com eles é o Toyota Crown
(foto), em uma versão híbrida (a gasolina e com motor elétrico)
específica para o mercado japonês, que vendeu apenas 2.000
unidades em três anos.
Uma das vantagens, neste caso, é permitir que o ar-condicionado
permaneça ligado por longo tempo, alimentado pelo sistema elétrico,
enquanto o motorista aguarda o executivo ― não fossem os 42 volts,
seria preciso manter o motor a gasolina ligado, consumindo combustível
e poluindo.
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