por Fabrício Samahá
Velas: mais quentes ou mais
frias?
Tenho um Uno Turbo. Disseram-me que
seria bom colocar velas mais frias no motor. Isto é realmente
melhor para sua vida útil e desempenho? O site que está cada
vez melhor. Estamos espalhando seu endereço para os amantes de
carros e informações atualizadas de Brasília. Parabéns!
Albery Santini
santini@inep.gov.br
Brasília, DF
Além das especificações de montagem (como rosca) e de folga
dos eletrodos, as velas de ignição possuem um grau térmico,
indicado por um número -- por exemplo, o "5" em BP5ES.
Trata-se de fator relacionado à dissipação de calor na câmara
de combustão e obtido pelo fabricante do automóvel após longos
testes, de modo a atender da melhor forma possível o compromisso
entre desempenho, consumo e durabilidade, mesmo com combustível
de pior qualidade.
Chamam-se de velas frias as que possuem grau térmico inferior
às recomendadas, e de quentes as com grau térmico superior. Uma
vela mais quente aumenta a temperatura de trabalho da câmara de
combustão, o que pode melhorar o rendimento em algumas
situações, mas expõe o motor ao risco da detonação
("batida de pino"). O aquecimento da vela pode também
derreter seu eletrodo central, que é expelido pelo escapamento:
o cilindro se torna inútil, com perda substancial no desempenho,
e o catalisador passa a ser inundado com combustível
não-queimado, o que pode levar à fundição do componente e à
obstrução do sistema de escapamento. Em casos extremos, o calor
transforma a vela num verdadeiro maçarico e pode resultar num
pistão furado -- e num grande prejuízo.
As velas frias, por outro lado, não trazem maior confiabilidade
que as originais e também causam problemas. Como sua temperatura
de trabalho é menor, o desempenho piora, o consumo aumenta e
surgem depósitos de carbonização nas velas e nas câmaras de
combustão. A curto prazo se perde na dirigibilidade em baixas
rotações; a médio prazo, pode ser necessário remover o
cabeçote para descarbonizar a cabeça dos pistões. O
catalisador também sofre com a queima ineficiente e tem sua vida
útil abreviada.
Se o motor de seu Uno é original, Albery, não há por que
modificar o grau térmico das velas. A alteração só se
justifica se o carro for preparado, como ao ter rebaixado o
cabeçote ou receber maior pressão no turbocompressor: nesses
casos, velas um ponto mais frias são um meio de reduzir a
tendência à detonação. Mas a mudança deve ser analisada por
um preparador experiente e acompanhada por certo período, para
certificá-lo de que o novo grau térmico é o mais adequado ao
motor preparado.
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