por Fabrício Samahá
Câmbio automático: como operar
Parabéns
pelo excelente nível técnico. Tenho um Landau 80 com
câmbio automático de 3 velocidades e gostaria de saber
detalhes técnicos sobre este sistema de transmissão,
vantagens e desvantagens com relação ao consumo e
durabilidade (tanto do motor quanto da própria caixa) e
a maneira correta de guiar um automóvel automático,
visando maior eficiência e longevidade do conjunto.
Marcus Augusto Teodoro
mteodoro@prefeitura.ufjf.br
Juiz de Fora, MG
Gostaria que me respondessem se é possível acionar o
botão de esportividade do cambio automático do Omega
3.0 com o carro em movimento. Fui informado certa vez por
um mecânico de uma oficina autorizada da GM que eu teria
que parar o carro para fazê-lo. Consultei o manual da
fábrica e o mesmo não traz nenhum esclarecimento,
perguntei a algumas revistas que se dizem especializadas
e nunca obtive resposta.
Domingos Sávio Bonelli
dbonelli@fesag.br
Palhoça, SC
Parabéns pelo site, é muito legal. Gostaria de saber
como é o funcionamento de uma transmissão automática.
Marcelo Hayakawa
marcelo_hayakawa@zipmail.com.br
Excelente trabalho! Como se faz para usar a
"técnica" da meia-embreagem num carro com
sistema automático, como o Mercedes Classe A? Por
exemplo, se tivermos que parar num sinal em uma subida,
normalmente usamos a "técnica", mas sem a
mesma teremos que usar freio?
Trevor Holder
trevorholder@uol.com.br
A transmissão automática opera as mudanças de marcha
sem interferência do motorista e efetua o trabalho da
embreagem -- seja nas mudanças, seja nas saídas e
paradas -- de modo automático. Além do ganho
significativo em conforto, tende a preservar o motor de
maus tratos, pois impede a variação brusca de rotação
que se pode obter num câmbio manual. Por não se tratar
de sistema mecânico por engrenagens, ocorre ligeira
perda de rendimento, com reflexos também no consumo. Mas
essa diferença vem se reduzindo com seu aprimoramento.
Dirigir um automóvel de câmbio
automático é mais simples do que pode parecer. Com
raras variações, suas posições de trabalho são: P, parking
ou estacionamento; R, reverse ou marcha a ré;
N, neutral ou ponto-morto; D (drive),
3, 2 e 1, marchas à frente. Alguns modelos possuem cinco
marchas, outros quatro ou mesmo três. Há marcas que
adotam a letra L, de low (baixa), para a
primeira marcha.
Na maior parte do tempo mantém-se a posição D, que
permite operar em todas as marchas, de acordo com a
velocidade, topografia e pressão no acelerador. As
posições inferiores devem ser utilizadas apenas para
obter freio-motor, como ao descer uma serra. Como o
câmbio tende a subir marchas quando a aceleração é
aliviada ou interrompida, manter uma marcha inferior
(como 3 ou 2) pode ser útil em situações específicas,
como no trânsito urbano ou numa estrada em aclive.
A posição P deve ser mantida com o veículo estacionado
e é indicada para ligar e desligar o motor -- em alguns
modelos a chave não pode ser retirada com a transmissão
em outra posição. Um cuidado importante é sempre frear
ao engatar D e ao permanecer parado com qualquer marcha
engatada: como o carro de câmbio automático é
naturalmente acelerado, soltar o freio leva-o a andar
lentamente, o que pode causar acidentes. No trânsito
pesado ou ao parar por mais de um minuto, passar ao
ponto-morto elimina a necessidade de frear e representa
ligeira economia de combustível.
Todo veículo de transmissão automática possui um
recurso denominado kick-down. Consiste num
botão sob o acelerador que, pressionado pelo uso de todo
o curso do pedal, provoca redução de marcha para
melhorar as respostas do motor. Basta aliviar a pressão
no acelerador para que uma marcha superior seja novamente
engatada.
Um ligeiro retardo nesta operação, retendo mais as
marchas reduzidas, é a principal diferença dos
programas esportivos que algumas transmissões oferecem.
Outra é a possibilidade de acelerar até um regime de
giros superior ao atingido no programa convencional ou
"econômico". O botão ou seletor do programa
esportivo pode ser acionado com o veículo em movimento e
em qualquer velocidade sem nenhum problema. Finalmente, o
programa de "inverno" permite sair em terceira
marcha e mostra-se adequado a terrenos de baixa
aderência, como neve, gelo e lama.
No caso de aclives, os fabricantes recomendam usar o
freio de serviço ou o de estacionamento para manter o
carro imobilizado, e não o acelerador. Mas, conforme a
inclinação, apenas soltar os pedais pode ser suficiente
para a parada. No caso da embreagem automática adotada
por alguns modelos, como o Mercedes Classe A, é
imperativo frear o veículo nestas condições, pois a
transmissão convencional não tem a capacidade de
mantê-lo imóvel em subidas. Ainda assim há maior
facilidade que num modelo sem o recurso, pois a ausência
de pedal de embreagem facilita o uso do pé esquerdo para
frear.
|