Importado da Alemanha por um ano, o Golf de quarta geração tornava-se brasileiro em 1998; o GTI, ao lado, vinha com farto conteúdo e motor turbo de 1,8 litro e 150 cv

Na versão de entrada do novo Golf estava o moderno motor de 1,6 litro com bloco de alumínio e coletor variável, que logo seria substituído

A unidade de 2,0 litros era mantida na versão intermediária; por algum tempo a VW equipou toda a linha Golf com bolsas infláveis e freios ABS

Com a inesperada redução do Imposto de Importação em 1994, mais fábricas decidiram trazer modelos de fora para complementar sua linha nacional. No caso da VW, a decisão foi de importar o Golf GL, trazido da Alemanha, e o GLX, do México, ambos de cinco portas. O primeiro vinha com motor 1,8 a injeção monoponto e 90 cv, e a segunda, com o mesmo 2,0 do GTI associado a um acabamento superior. As vendas começavam no início de 1995. O modelo alemão tinha para-choques menos salientes e sem as luzes laterais no dianteiro usadas pelo mexicano.

Se não repetiu por aqui os números que faziam dele um dos carros mais vendidos do mundo a seu tempo, o êxito do Golf levou a VW a trazer mais versões ainda naquele ano. Vinham o Cabriolet — um conversível de duas portas com o motor 2,0 — e o VR6, esportivo de três portas com o peculiar motor de seis cilindros em "V" de ângulo estreito (15 graus) com 2,8 litros, 174 cv e 23 m.kgf. Para 1996, o GL passava a também vir do México e recebia injeção multiponto no motor 1,8, agora com 96 cv. Um ano depois o GLX ganhava as opções de caixa automática de quatro marchas e bolsas infláveis frontais, mas o GTI deixava de ser trazido.

Nova cara, novos corações  
Enquanto isso, a Volkswagen alemã finalizava a quarta geração do Golf, a ser lançada no Salão de Frankfurt em setembro de 1997. Sem radicalizar na remodelação visual, o médio ganhava requinte no interior e aprimoramentos técnicos e em segurança. Levou um ano para que a novidade chegasse ao Brasil, em três versões bem diferenciadas: 1.6, 2.0 e GTI, agora todas com cinco portas.

O carro estava um pouco maior, com 4,15 metros de comprimento (antes 4,02 m), 1,73 m de largura (contra 1,69 m), 1,44 m de altura (eram 1,43 m) e distância entre eixos de 2,51 m (antes, 2,47 m). O 2.0 mantinha o motor já conhecido, mas em versão com bielas mais curtas e r/l desfavorável. O 1,6-litro era uma nova unidade com bloco de alumínio e coletor de admissão de geometria variável que rendia 101 cv e 14,8 m.kgf. No GTI, a estrela da linha, enfim um motor digno de um esportivo: o 1,8-litro com cinco válvulas por cilindro, turbocompressor e resfriador de ar, apto a fornecer 150 cv e 21,4 m.kgf — um robusto torque atingido já a 1.750 rpm. De série em todos eram os freios ABS e bolsas infláveis frontais; no GTI, também laterais dianteiras.

Se a concorrência estava renovada, com modelos como o Astra brasileiro, Citroën Xsara, Renault Mégane e (de 1999 em diante) o Fiat Brava, o Golf vinha com bons argumentos para repetir o sucesso da geração anterior. Pronta a fábrica paranaense, em agosto de 1999 a VW apresentava a versão brasileira nas mesmas versões, mas com mudanças como altura de rodagem 20 mm maior e ABS opcional no 1.6 e no 2.0. Meses mais tarde, também as bolsas infláveis deixavam de vir de série nessas duas versões — uma concessão ao mau hábito brasileiro de dar pouco valor a itens de segurança.

A versão 1,6 saiu-se bem em uma comparação com Astra 1,8 e Brava 1,6 no Best Cars em 2000: "O primeiro contato com o interior do Golf é muito positivo: acabamento claro, incluindo a parte inferior do painel, plásticos de boa qualidade, desenho atual. As maçanetas cromadas são de bom gosto e facilitam sua localização à noite. Alças de teto e tampa do porta-luvas têm movimento suave, que transmite qualidade. (...) O Golf dá um show de detalhes que cativam: porta-copos escamoteável, luzes de cortesia nas portas dianteiras, pára-sóis com espelho e iluminação, chave dobrável. Continua

Nas telas
Embora não seja o fabricado no Brasil, o Golf de quarta geração como o nosso apareceu em diversos filmes.

Um cinco-portas azul escuro está no policial belga Contre-enquête (nome internacional Counter Investigation, 2007). Da mesma cor é o modelo do drama francês Bled Number One (Back Home no título interncional, 2006).

Golfs em cor prata são vistos na comédia francesa A Garota de Mônaco (La Fille de Monaco, 2008) e na comédia norte-americana Quem é Morto Sempre Aparece (The Big White, 2005). Em Christmas Lights (2004), filme britânico feito para TV, surge um GTI da mesma cor. Em Amazones, ação holandesa de 2004, o carro é uma versão policial em branco, azul e vermelho.

Há exemplos também em séries de televisão, como o modelo prata na espanhola Antivicio (2000) e um GTI da mesma cor em um episódio da britânica Northern Lights (2006).

No Brasil, o Golf apareceu com destaque em algumas novelas, mas quase sempre nos últimos papéis de sua "carreira". Na global Celebridade (2003-2004), depois de levar uma surra, Laura (Cláudia Abreu) pede a seu parceiro, o mau-caráter Marcos (Márcio Garcia), para forjar um atropelamento para que ela justificasse os ferimentos em meio a uma festa. O bandido faz uma ligação direta em um Golf prata e monta a farsa na frente de imprensa e convidados.
Quem é Morto Sempre Aparece Amazones

Em Ti-Ti-Ti (2010-2011), o Golf preto do personagem Osmar (Gustavo Leão) aparece em várias cenas na cidade de Belo Horizonte, MG. Em uma viagem para São Paulo o motorista perde o controle do carro e capota várias vezes em meio à chuva, perdendo a vida.

Já em Dance Dance Dance (2007), da Band, a personagem Lígia (Cláudia Lira) foge, em seu Golf vermelho, de um desafeto a bordo de um Ford Fusion. Ela até tenta se safar, mas perde o controle do carro, derruba uma mureta e cai em um precipício do litoral carioca.

Colaborou Thiago Mariz

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