Caminhos difíceis com classe

Com o mesmo desenho desde 1979, o Mercedes-Benz Classe G
provou que se pode ir a qualquer lugar sem perder o conforto

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

G1 de 1926 (em cima), G4 de 1933 (fotos centrais) e G5 de 1937 (embaixo): precursores que deram experiência em 4x4 à Mercedes

Quando se fala sobre os produtos da Mercedes-Benz, vêm logo à cabeça automóveis luxuosos, potentes e confiáveis. Igualmente robustos são seus ônibus e caminhões, que os brasileiros conhecem há décadas — fazem parte da paisagem urbana desde os anos 50. Há muito a empresa também produz furgões e o caminhão de porte médio Unimog. Mas, na década de 1970, ainda faltava à empresa de Stuttgart desenvolver um produto para um nicho que estava crescendo e atraindo a atenção do público.

Faltava-lhe um veículo fora-de-estrada, um jipe de classe para concorrer sobretudo com o Range Rover inglês, lançado em 1970 e pioneiro no segmento — os americanos já faziam utilitários de passeio, mas menos luxuosos. A tradição em fora-de-estrada da destacada empresa alemã começou em 1926. O modelo G1 tinha três eixos, ótima capacidade de carga e era muito rústico. Depois dele a marca apresentou o G4, em 1933. Derivado de um sedã da linha convencional, pesava 3,7 toneladas e também tinha três eixos.

Ao contrário do antecessor, sua aparência externa era mais civil, com quatro portas e da capota de lona. O motor de oito cilindros em linha e 5,4 litros era derivado do que movia o esportivo 540K, mas devido ao peso excessivo o desempenho era muito limitado. Em 1937 era lançado o G5, de dimensões bem mais compactas e amigáveis. Mesmo com dois eixos, demonstrava galhardia com tração e direção atuantes nas quatro rodas, suspensão independente e motor de quatro cilindros. Foi muito usado na Segunda Guerra Mundial pelo exército de Adolf Hitler.

Décadas depois, nos anos 70, o Xá do Irã Mohammad Reza Pahlavi, amante de bons automóveis e acionista da empresa, desejava ter um Mercedes como veículo militar. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) também requisitava um veículo fora-de-estrada à empresa. Motivada, a marca da estrela de três pontas associou-se à austríaca Steyr-Puch, que na década de 1960 já produzia o rústico e eficiente fora-de-estrada Haflinger.

O Mercedes-Benz Classe G, ou G-Wagen — forma abreviada de Geländewagen, veículo para caminhos difíceis em alemão — foi apresentado em março de 1979. Seu código de fábrica era W460 e era produzido em Graz, na Áustria. Para este mercado, o da Suíça e o da antiga Iugoslávia, tinha na grade o emblema da Steyr-Puch. Para os outros, a tradicional estrela da Mercedes. A Peugeot também vendeu uma versão dele, com a denominação P4 e motor próprio.

Compacto, media 3,95 metros de comprimento na versão curta, com duas portas, e 4,40 m na versão longa com quatro portas. Era o menor Mercedes em produção. Tinha 1,70 m de largura, 1,95 m de altura e 2,40 m de entreeixos na versão curta (2,85 m na maior). Impunha muito respeito. A cabine com vidros grandes e colunas finas oferecia muita visibilidade. A grade dianteira preta era divida em quatro partes, com frisos horizontais e o emblema no meio. Os faróis circulares estavam inseridos nos pára-lamas, estes com linhas triangulares, e o pára-choque era robusto. Continua

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Data de publicação: 3/5/08

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