Família completa

Produzido por 15 anos, o modelo americano do Ford Galaxie
teve muito mais versões, motores e desenhos que o nacional

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Para os brasileiros, o Ford Galaxie (junto de suas versões de luxo, LTD e Landau) representou um dos mais confortáveis automóveis feitos por aqui, com produção entre 1966 e 1983. Para os americanos, no entanto, a história desse modelo foi diferente: no mercado de 1959 a 1974, ele teve numerosas carrocerias e versões, motores "mansos" e "bravos" de até 7,0 litros e participou de competições.

A Ford lançou o Galaxie nos Estados Unidos em meados de 1959 para concorrer com o Chevrolet Impala, inserido no ano anterior. Variação mais refinada do conhecido modelo grande Fairlane, tinha como maior diferença o perfil do teto inspirado no do cupê Thunderbird. Os quatro faróis circulares, o pára-brisa com laterais curvas e as ainda sóbrias aletas ("rabos de peixe") nos pára-lamas traseiros eram típicos de seu tempo.

O Galaxie em seu primeiro ano-modelo, 1959: um Fairlane com teto que lembrava o do Thunderbird, seis versões e um V8 de 5,8 litros como motor mais potente

Havia seis versões: Club Victoria, Town Victoria, Club Sedan, Town Sedan, Sunliner Convertible e Skyliner Retractable. Esta última apresentava um complexo sistema de recolhimento automático do teto rígido, em princípio semelhante ao de modelos atuais como o Mercedes-Benz SL e o Cadillac XLR, sendo a capota guardada no porta-malas. Não só os tempos eram outros, em que mecanismos como esse ocupavam mais espaço e tinham menor confiabilidade, como o Galaxie era um quatro-lugares, o que exigia uma capota maior que o daqueles roadsters. O resultado é que o sistema durou apenas três anos.

O motor V8 Interceptor Special de 352 pol³ (5,8 litros), o mais potente disponível, pode ser considerado o primeiro "musculoso" da Ford. Era parte da família FE de motores de bloco médio — a empresa, ao contrário de algumas concorrentes, fabricava os V8 em três tamanhos, não apenas uma linha de bloco pequeno e outra de bloco grande. Carburador de corpo quádruplo, comando de válvulas mais "bravo" e taxa de compressão de 10,6:1 levavam sua potência a 360 cv e o torque máximo a 52,5 m.kgf (valores brutos, padrão neste artigo até 1971).

Para 1960 já vinha uma ampla remodelação, com perfil mais baixo e alongado, pára-brisa menos envolvente e os faróis dentro da grade

Outras três versões eram oferecidas: Mileage Maker (nome em alusão ao suposto baixo consumo) de seis cilindros em linha e 223 pol³ (3,65 litros), com 135 cv e 27,6 m.kgf; V8 de 292 pol³ (4,8 litros), com 175 cv e 38,6 m.kgf; e o V8 352 em configuração mais "mansa", com carburador duplo, 300 cv e 54,7 m.kgf. O 292 pertencia a outra família, a do bloco "Y", de menores dimensões que as do FE.

Entre os opcionais estavam ar-condicionado, controle elétrico dos vidros e dos bancos e direção assistida. O câmbio podia ser manual de três marchas, com opção de overdrive, ou os automáticos Fordomatic Drive e Cruise-O-Matic Drive de duas marchas. As suspensões eram clássicas — dianteira independente com molas helicoidais, traseira com eixo rígido e feixes de molas semi-elíticas — e os freios usavam tambores nas quatro rodas.
Continua

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Data de publicação: 6/1/07

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