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Bodas de prata sobre rodas

A linha de minivans da Chrysler, encabeçada pela Dodge Caravan,
comemora 25 anos de um casamento feliz com as famílias americanas

Texto: Thiago Mariz - Fotos: divulgação

Linhas retas e cabine avançada resultavam em amplo espaço para até sete pessoas, com acesso pela porta corrediça, apenas do lado direito

Tanto na versão Dodge Caravan, em cima, quanto na Plymouth Voyager havia a nostálgica opção por acabamento lateral simulando madeira

Houve um tempo em que as famílias, numerosas ou não, tinham apenas duas opções de transporte: um sedã ou uma perua tradicional. Esta última levava larga vantagem por conta da maior capacidade do compartimento de bagagem. Ainda assim, alguns chefes de família insatisfeitos descobriram que comprar um furgão, desses criados para o trabalho, e adaptá-lo com alguns bancos extras traria mais praticidade no transporte de seu clã. Se resolvia a questão de espaço, o conforto, a economia e a facilidade no uso ficavam em segundo plano.

Mas uma luz parece que brilhou quase ao mesmo tempo em três cantos do mundo. Marcas dos Estados Unidos, do Japão e da França enxergaram aí uma necessidade do consumidor e começaram seus estudos de um veículo multiuso, funcional, confortável e econômico, que não fosse uma perua derivada de sedã, tampouco um grande furgão de passageiros. Estava lançada a pedra fundamental de um conceito que viria mudar o meio de transporte para as famílias. No caso das americanas, nascia para elas a Dodge Caravan e sua irmã Plymouth Voyager, as primeiras minivans daquele mercado, que completam em 2008 seus primeiros 25 anos de história.

As famílias cresciam a passos largos na década de 1970 enquanto os veículos americanos iam na contramão, encolhendo cada vez mais por conta do preço dos combustíveis. Era preciso encontrar uma solução rápida para atender às famílias que usavam furgões adaptados, muito grandes, pesados, consumidores de combustível e pouco seguros em viagens com seu chassi voltado ao transporte de carga. Em 1977 a Chrysler Corporation viu essa necessidade e começou a projetar um veículo que deveria seguir algumas diretrizes básicas: ser racional no consumo, prática para o acesso aos ocupantes e menor que um furgão (van em inglês, daí o termo minivan).

Os estudos indicaram ainda que a tração dianteira, ainda não muito comum aos americanos, faria um melhor conjunto ao liberar espaço em todo o interior. Se fosse traseira, haveria perda de espaço por conta do cardã que deveria passar por um túnel em todo o comprimento do veículo. Além disso, a equipe sabia que um furgão de grande porte não caberia na garagem de uma casa americana padrão, outro fator a ser levado em conta pelo projeto.

A empresa apostava todas as fichas na nova criação, mas o tempo estava nebuloso. Foi graças à liberação de US$ 1,5 bilhão para projetos da Chrysler, com US$ 660 milhões para a chamada "perua mágica", que a novidade ganhou as ruas. O presidente da empresa, Lee A. Iacocca, abraçou a causa e liderou, junto a Harold Sperlich, o desenvolvimento do projeto T-115 e a adaptação da fábrica de Windsor, no Canadá, para produzi-lo. Curiosamente, Iacocca tivera a idéia do conceito ainda dentro da Ford, mas Henry Ford II não aprovara. Deve ter se arrependido depois...

Quase a pioneira   A primeira minivan foi produzida em 2 de novembro de 1983 como modelo 1984. Sua chegada ao mercado, portanto, aconteceu pouco antes da francesa Renault Espace, que ganhou as ruas em julho de 1984 (seria diferente se o diretor presidente da Matra, Philippe Guedón, responsável pela idéia da Espace, não tivesse recebidos tantos nãos). A Nissan Prairie, que apareceu em 1981 no Japão, seria a pioneira mundial. Todavia, seu conceito se aproxima muito mais do de uma perua do que do estilo monovolume. Seja como for, dada a época em que a globalização era um futuro distante, cada uma em seu país revolucionou o modo de se pensar na família. Continua

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Data de publicação: 6/12/08

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