O modelo inicial australiano, da chamada série R, era praticamente igual ao feito nos EUA, salvo pelas rodas de 14 pol, o motor de 3,7 litros de série (no americano a versão básica era a de 2,8 litros) e, naturalmente, o volante à direita. Esta adaptação à circulação local, com a mudança da caixa de direção, causou um congestionamento nesse lado do cofre do motor por causa da montagem inclinada. Havia escolha entre câmbio manual com alavanca no assoalho e o automático TorqueFlite, comandado por botões no lado direito do painel, ambos de três marchas.

A série AP5 iniciava a fabricação australiana e ganhava estilo mais simples, adequado ao gosto local; em dois anos chegava a AP6, ao lado, com o primeiro motor V8

A suspensão seguia um conceito bem conhecido dos Chryslers da época: dianteira independente com braços sobrepostos não-paralelos e barras de torção, traseira com eixo rígido e feixes de molas semi-elíticas. O Valiant australiano era um pouco mais caro que o Falcon ou o Holden, mas também maior e bem mais potente: estes forneciam apenas 90 e 75 cv, na ordem. O público aprovou suas qualidades, que se refletiram em êxito de mercado. Embora a empresa tenha demorado a atender à grande demanda, naquele ano as vendas da Chrysler já cresciam 146%.

Apenas dois meses e 1.008 unidades depois, a série R dava lugar à S, com pequenas mudanças de estilo — lanternas traseiras circulares, tampa sem o falso estepe — e alavanca de câmbio manual na coluna de direção. Logo começava a construção da unidade em Tonsley Park, de modo a entregar os primeiros carros de produção local em maio de 1963, seguidos pela perua Safari em novembro. Era a série AP5 (sigla para Australian Production), com 60% de conteúdo nacionalizado e estilo adaptado ao gosto do país. Estava mais retilíneo e convencional, com grade longa e baixa, dois faróis em vez de quatro e laterais mais "limpas". Compartilhava apenas seis painéis de carroceria com o modelo americano e oferecia ainda o acabamento mais luxuoso Regal.

O Wayfarer era um picape derivado do sedã, tipo de veículo ainda hoje comum no país, mas teve vida curta

A versão AP6, lançada em março de 1965, trazia o primeiro V8 em um Valiant australiano: o de 273 pol³ (4,5 litros) e 180 cv, que nos EUA equipava modelos como o Plymouth Barracuda. O desempenho era bem superior ao da concorrência (o Falcon só teria seu V8 de fábrica em 1967), com velocidade máxima de 180 km/h. Chegavam também freios auto-ajustáveis, câmbio automático com alavanca na coluna em vez dos botões e o picape Wayfarer, derivado do sedã, que teve pequena produção. O motor de seis cilindros ganhava em torque com novo comando de válvulas.

As reestilizações seguintes deixavam o Valiant mais retilíneo, dentro do padrão dos meados dos anos 60. A série VC, em março de 1966, tinha uma grade imponente com seis barras horizontais, porta-malas quadrado e lanternas traseiras verticais, embora mantivesse a seção central da carroceria da AP6. Freios dianteiros a disco eram oferecidos com o motor V8. Nessa época a unidade australiana tornou-se responsável por atender a mercados externos que usassem volante à direita, à exceção da África do Sul. Assim o Valiant chegou ao Reino Unido, onde era chamado de Medium Saloon, Regal Highline Saloon e Premium V8 Saloon, conforme a versão.
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Em escala
O Charger é comum nos catálogos de fabricantes australianos de miniaturas. A Biante, que vende modelos produzidos pela AutoArt, oferece o E49 da série VH (acima). Está disponível em vermelho e prata, em escala 1:18, e alaranjado ou amarelo-mostarda em 1:43.

A Classic Carlectables oferece três modelos de rua na escala 1:18: o E38 de 1971 (abaixo)
em um chamativo tom de lilás, o E49 de 1972 em prata com capô e faixas em preto (acima) e o VJ de 1973, em vermelho com faixas laterais em branco.

Há também a linha de modelos de competição na mesma escala, com o Charger E38 de 1971 em amarelo, branco e bege, com os números 41, 42 e 43 (abaixo), na ordem.

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