Junto do automóvel vinha um picape com capota de lona, que usava a mesma caçamba do anterior, mas tinha mecânica toda nova. O motor de quatro cilindros e 3,3 litros desenvolvia 40 cv e usava um câmbio manual de três marchas dispostas em "H", bem mais fácil de operar que a antiga transmissão planetária com três pedais do Modelo T. No ano seguinte, em agosto, aparecia a versão de teto rígido.

O Modelo T Runabout with Pickup Body, de 1925: o primeiro picape com caçamba toda em aço original de fábrica

Em 1930 o picape era renovado em aparência junto ao restante da linha A, com capô mais alto, radiador mais estreitos e outros pára-lamas. Na versão com teto de lona era possível retirá-lo e rebater para frente o pára-brisa, em um interessante ar de conversível. Um ano depois eram oferecidas como opção uma caçamba 32% mais espaçosa e a versão DeLuxe Pickup, em que o compartimento de carga integrava-se ao desenho da cabine e recebia em seu topo barras cromadas. Os picapes começavam a ganhar requinte.

Os Modelos A deixavam de ser produzidos em 1932, abrindo espaço para o Ford V8, o veículo que introduziu essa configuração mecânica tão apreciada hoje. A linha de utilitários compreendia um modelo mais modesto, de quatro cilindros, e o novo V8 de 3,6 litros e 65 cv, em versões picape e chassi com cabine. O esquema mecânico era simples e robusto, com suspensões de eixo rígido, molas semi-elíticas transversais e freios a tambor de acionamento mecânico.



O motor V8, acima, trouxe em 1932 maior capacidade para o serviço pesado; ao lado o desenho usado em 1941, último ano dos picapes derivados de automóveis

Neste campo ocorria evolução em 1939, com a inserção de comando hidráulico. Havia também novas opções de motores V8: o pequeno de 2,2 litros, com 60 cv, e o conhecido 3,6, que passava a 90 cv. No ano seguinte, embora os automóveis Ford adotassem alavanca de câmbio na coluna de direção, os picapes continuavam com ela no assoalho. Em 1941 surgia a alternativa do motor de seis cilindros em linha e 3,7 litros para os utilitários leves.

Esse foi o último ano para os picapes derivados de automóveis: na linha 1942 estreavam um estilo próprio, de aparência mais robusta, e o chassi para serviço pesado, com feixes de molas semi-elíticas longitudinais em ambos os eixos. Apesar da interrupção da produção de veículos civis nesse ano, para atender aos esforços da Segunda Guerra Mundial, ao final do conflito a fabricação era retomada com o mesmo estilo. Uma novidade era o motor Mercury V8 de 3,9 litros e 100 cv, com câmbio de quatro marchas opcional, ao lado do "seis" de 3,7 litros.
Continua

Para ler

Classic Ford F-Series Pickup Trucks: 1948-1956 (Pickup Color History) – por Don Bunn, Krause Publications. Publicado em 2003, é uma "enciclopédia" de 359 páginas com os modelos desde 1905, preços de mercado, dados técnicos, a explicação dos números de chassi e mais de 500 fotos. Inclui os Modelos T e A, Ranger e peruas como Econoline, Explorer e Bronco.

Ford Pickup Color History - por Tom Brownell e Mike Mueller, Motorbooks International. Menor e mais acessível, com 128 páginas, traz bom volume de informações sobre a história da linha. Como foi publicado em 1994, perdem-se os modelos mais recentes. Mas há boas explicações sobre as diferenças de ano para ano.

Ford Pickup Trucks (Illustrated Buyer's Guide) – por Paul G. McLaughlin, Motorbooks International. Nesta segunda edição, de 1999, o livro tem 192 páginas com dados técnicos, números de produção, listas de equipamentos, as alterações dos modelos e mais de 200 fotos desde 1905. Utilitários diferentes, como o Ranchero e o furgão Econoline, estão presentes.

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