A estréia do V8   Em abril de 1971 nascia a terceira geração. Era o projeto R107, sendo que o R era de reihe, série em alemão. Com linhas muito modernas, seguia a tendência sofisticada. Também não tinha o propósito de ser um supercarro, como o Gull Wing: suas formas retas eram equilibradas e sóbrias. Na frente, além da grade horizontal com o escudo ao centro, inaugurava na linha os faróis retangulares. As lanternas traseiras também eram retangulares e as luzes de direção, tanto na frente quanto atrás, avançavam na lateral dos pára-lamas.

O R107, terceira geração do SL, ficava maior, mais pesado e ganhava opção de motores V8 de 3,5 e 4,5 litros, para atender ao mercado americano sobretudo

Crescia em tamanho e peso: media 4,37 metros e pesava 1.545 kg. Outra novidade na série SL era o motor com oito cilindros em "V", de 3.499 cm³, com duplo comando de válvulas. A potência era de 200 cv a 5.800 rpm, e o torque máximo, de 29,2 m.kgf a 4.000 rpm. Fazia de 0 a 100 km/h em 8,9 segundos e chegava à velocidade máxima de 210 km/h, com caixa de cinco marchas. Mais potente era o 450 SL, apresentado em 1973. O V8 de 4.520 cm³ fornecia 225 cv a 5.000 rpm e 38 m.kgf a 3.000 rpm. Como opcional, podia receber caixa automática de três marchas. A máxima era de 215 km/h. Seus concorrentes em preço e desempenho eram os italianos Alfa Romeo Montreal, Ferrari Dino e De Tomaso Pantera; o inglês Jaguar XJ cupê; e os alemães BMW 3.0 CSi e Porsche 911 S.

Também interessante foi a versão lançada no Salão de Paris de 1971. Tratava-se do modelo SLC, um cupê mais longo, com 4,74 metros e distância entre eixos de 2,28 m. Por este motivo havia mais espaço atrás para dois ocupantes, que na versão mais curta eram apenas representativos. O banco podia ser rebaixado e havia um vão para comunicação com o porta-malas, que era bom para um modelo 2+2. Os bancos, muito confortáveis, tinham apoio de braço tanto na frente quanto atrás e podiam ser revestidos de couro ou tecido de ótima qualidade.
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Nas pistas
Foi na prova italiana Mille Miglia que os SL começaram sua carreira vitoriosa. Pilotos como o alemão Walter Schock, o sueco Bengt Martenson e o belga Willy Mairesse o dirigiam até a largada com as portas no alto, fazendo a alegria do povo italiano que a acompanhava. Dizia-se ser um recurso para admitir tanto ar fresco fosse possível, mas era inegável o apelo ao charme. O motor tinha seis cilindros e 175 cv, com carburadores triplos.

Nessa prova de estréia ficou com 2º, 3º e 4º lugares. Na seguinte, o GP de Berna, ganhou os três primeiros. Na 24 Horas de Le Mans (acima), pilotado por Lang Riess, venceu com uma média recorde de 155 km/h. Em 2º veio o outro carro da marca. Também ganhou a famosa corrida de estrada Carrera Panamericana, no México, com as duas primeiras posições. Em 1956, nas mãos de Willy Mairesse, venceu o Rali Marathon.

O SL saía-se bem porque sua carroceria era muito leve e aerodinâmica, além de possuir um chassi muito bem construído e leve (apenas 82 kg, 25 kg a menos que o tanque de gasolina cheio). Pilotos como Stirling Moss, grande rival de Juan Manuel Fangio, fizeram provas inesquecíveis. Na Mille Miglia histórica de 1999, lá estava o famoso piloto inglês de novo pilotando o 300.

Projetado para as pistas, o SLR de 1955 (acima à direita) esbanjava desempenho e robustez. Medido antes e depois da vitória de Stirling Moss na Mille Miglia daquele ano, o motor apresentava os mesmos 296 cv — sem ter sido aberto o capô durante a prova. Uma revista suíça conferiu velocidade máxima de 284 km/h, alertando para a necessidade de protetores auriculares. O aerofólio traseiro podia ser erguido para auxiliar os freios através da aerodinâmica, como acontece hoje de forma automática no SLR McLaren.

O modelo 230, da segunda geração, também se aventurou nas provas de longa duração. Com a dupla Eugen Böhringer como piloto e Klaus Kaiser como navegador, um Pagode preparado venceu em 1963 o famoso rali europeu Liège-Sofia-Liège. Por fora só mais três faróis de longo alcance, um bem no centro, tampando a famosa estrela, eram os diferenciais.

A versão fabricada de 1971 a 1989 fez bonito em ralis. Em 1978, o diretor esportivo da marca, Erich Waxenberger, foi o responsável pela retomada dos SL nas grandes provas. No rali Safári africano engajou, nas mãos competentes do sueco Björn Waldegaard e do finlandês Hannu Mikkola, dois 450 SLC. Neste o finlandês tirou o 2º lugar geral. Na Costa do Marfim era disputado o Bandama e a Mercedes arrasou, tirando os quatro primeiros lugares. Nas provas européias, boas para carros de pequenas dimensões, o 450 não se deu bem. O V8 tinha 5.025 cm3 e 300 cv; o peso era de 1.430 kg (abaixo uma miniatura).

Também em 1978, no Rali Sulamericano, que cortava Brasil, Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Equador e Colômbia, o 450 SL ficou com 1º (Cowan e Malkin), 2º e 4º lugares. O 3º, 5º, 9º e 10º também ficaram com carros da marca. Este rali muito difícil, de 37 dias e 29 mil quilômetros, cruzou a selva amazônica.

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