Foi na prova italiana Mille Miglia que os SL começaram sua
carreira vitoriosa. Pilotos como o alemão Walter Schock, o sueco
Bengt Martenson e o belga Willy Mairesse o dirigiam até a largada
com as portas no alto, fazendo a alegria do povo italiano que a
acompanhava. Dizia-se ser um recurso para admitir tanto ar fresco
fosse possível, mas era inegável o apelo ao charme. O motor tinha
seis cilindros e 175 cv, com carburadores triplos.
Nessa prova de estréia
ficou com 2º, 3º e 4º lugares. Na seguinte, o GP de Berna, ganhou
os três primeiros. Na 24 Horas de Le Mans (acima), pilotado por
Lang Riess, venceu com uma média recorde de 155 km/h. Em 2º veio o
outro carro da marca. Também ganhou a famosa corrida de estrada
Carrera Panamericana, no México, com as duas primeiras posições.
Em 1956, nas mãos de Willy Mairesse, venceu o Rali Marathon.
O SL saía-se bem porque sua carroceria era muito leve e
aerodinâmica, além de possuir um chassi muito bem construído e
leve (apenas 82 kg, 25 kg a menos que o tanque de gasolina cheio).
Pilotos como Stirling Moss, grande rival de Juan Manuel Fangio,
fizeram provas inesquecíveis. Na Mille Miglia histórica de 1999,
lá estava o famoso piloto inglês de novo pilotando o 300.
Projetado para as pistas, o SLR de 1955 (acima à direita)
esbanjava desempenho e robustez. Medido antes e depois da vitória
de Stirling Moss na Mille Miglia daquele ano, o motor apresentava
os mesmos 296 cv — sem ter sido aberto o capô durante a prova. Uma
revista suíça conferiu velocidade máxima de 284 km/h, alertando
para a necessidade de protetores auriculares. O aerofólio traseiro
podia ser erguido para auxiliar os freios através da aerodinâmica,
como acontece hoje de forma automática no SLR McLaren. |
O modelo 230, da segunda geração, também se aventurou nas provas
de longa duração. Com a dupla Eugen Böhringer como piloto e Klaus
Kaiser como navegador, um Pagode preparado venceu em 1963 o famoso
rali europeu Liège-Sofia-Liège. Por fora só mais três faróis de
longo alcance, um bem no centro, tampando a famosa estrela, eram
os diferenciais.
A versão fabricada de 1971 a 1989 fez bonito em ralis. Em 1978, o
diretor esportivo da marca, Erich Waxenberger, foi o responsável
pela retomada dos SL nas grandes provas. No rali Safári africano
engajou, nas mãos competentes do sueco Björn Waldegaard e do
finlandês Hannu Mikkola, dois 450 SLC. Neste o finlandês tirou o
2º lugar geral. Na Costa do Marfim era disputado o Bandama e a
Mercedes arrasou, tirando os quatro primeiros lugares. Nas provas
européias, boas para carros de pequenas dimensões, o 450 não se
deu bem. O V8 tinha 5.025 cm3 e 300 cv; o peso era de 1.430 kg
(abaixo uma miniatura).
Também em 1978, no Rali
Sulamericano, que cortava Brasil, Uruguai, Argentina, Chile, Peru,
Equador e Colômbia, o 450 SL ficou com 1º (Cowan e Malkin), 2º e
4º lugares. O 3º, 5º, 9º e 10º também ficaram com carros da marca.
Este rali muito difícil, de 37 dias e 29 mil quilômetros, cruzou a
selva amazônica. |