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O carro do presidente

Lançado como JK 2000 e renomeado 2150, o sedã da FNM
foi nosso primeiro Alfa Romeo e trouxe muitas inovações

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Juscelino Kubitschek, presidente da República entre 31/1/1956 e 31/1/1961, foi sem dúvida um grande incentivador da fabricação de automóveis no Brasil. Foi quem criou em 16 de maio de 1956 o Geia, Grupo Executivo da Indústria Automobilística, parte de seu projeto de fazer o País crescer "50 anos em cinco". Nada mais justo, portanto, que ser homenageado pelo carro nacional mais moderno lançado durante seu governo: o FNM 2000 JK.

A Fábrica Nacional de Motores (FNM), fundada em 1942, tinha 53% de seu capital social nas mãos do Tesouro Nacional e o restante nas de particulares. Durante aquela década, produziu de geladeiras a motores aeronáuticos às margens da rodovia Rio de Janeiro—Petrópolis. Em 1949 começava a fabricar caminhões sob licença da italiana Isotta-Fraschini, que três anos depois dariam lugar a modelos licenciados pela Alfa Romeo.

O Alfa Romeo 2000 italiano, lançado em 1957: linhas elegantes e motor de duplo comando e 105 cv

A marca italiana havia lançado no Salão de Turim de 1957 o sedã 2000, para ocupar um segmento logo acima do Giulietta e do já antigo 1900. Deste último ele aproveitava a plataforma, embora com maior distância entre eixos, e a base para o motor de 2,0 litros e duplo comando de válvulas, que fornecia potência (líquida) de 105 cv. O câmbio de cinco marchas tinha a alavanca na coluna de direção.

A mesma mecânica, em versão de 115 cv, foi usada em dois modelos mais esportivos: o 2000 Spider, um conversível de dois lugares (depois também 2+2), e o 2000 Sprint, cupê de quatro lugares que foi o primeiro Alfa com quatro faróis. No Salão de Genebra de 1962 a série 2000 dava lugar à 2600, com motor de seis cilindros em linha, 2,6 litros e 130 cv no sedã (145 cv nos esportivos), além de freios dianteiros a disco e algumas mudanças de estilo. Essa linha foi produzida até 1969 e não teve sucessor por uma década: só em 1979, com o Alfa 6, a marca voltaria a oferecer um sedã desse porte.

  Evolução: o 2600 chegava cinco anos depois com um seis-cilindros de 130 cv, freios a disco na frente e algumas mudanças de estilo

Um nacional atualizado   A versão brasileira do Alfa 2000, o FNM JK, viria ocupar uma posição de destaque no segmento de luxo, pois a indústria nacional até então só oferecia modelos já ultrapassados em seus países de origem, como o Aero-Willys e o Simca Chambord. Em 21 de abril de 1960, dia da inauguração de Brasília, era apresentado o Alfa Romeo brasileiro. No início o carro era apenas montado, com componentes vindos da Itália, no distrito de Xerém — erguido no município de Duque de Caxias, RJ praticamente em função da FNM.

Seu estilo imponente seguia as tendências européias da época, como os pára-lamas destacados em relação ao capô e à tampa do porta-malas, a grande área envidraçada, o pára-brisa e o vidro traseiro envolventes e a simplicidade de linhas, sem o excesso de adornos que se via nos carros americanos. Abaixo dos faróis vinham unidades auxiliares e, nos pára-lamas dianteiros, repetidores das luzes de direção. Continua

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Data de publicação: 16/9/06

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