Imponência americana

Dos anos 20 aos 90, a série Fleetwood mostrou ao
mundo o estilo e a técnica de que a Cadillac era capaz

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Para surpresa de muitos, a Cadillac não surgiu como divisão da General Motors: foi Henry Ford, que no ano seguinte fundaria a arqui-rival da GM, quem participou de sua criação em 1902. Associado aos investidores William Murphy e Lemuel Bowen e ao engenheiro Henry M. Leland, Ford fundou em 22 de agosto daquele ano a Cadillac Automobile Company, inspirada no nome do fundador da cidade de Detroit, em Michigan, em 1701 — o explorador francês Antoine Laumet de La Mothe, sieur de Cadillac.

Em 1909, mesmo ano em que a empresa era adquirida pela corporação GM, começavam em Fleetwood, no estado da Pensilvânia, as atividades de construção de carrocerias especiais pela Fleetwood Metal Body Company. Era um ramo expressivo àquele tempo, pois diversos fabricantes — sobretudo os de maior prestígio — forneciam em separado seus chassis com mecânica, aptos a receber as carrocerias elaboradas ao gosto do comprador por empresas especializadas. Em 1925 a Fleetwood era adquirida pela Fisher Body Company, do grupo GM.

O Brougham, sem capota para o motorista, era uma das versões do Fleetwood em 1931

Dois anos depois, a própria Cadillac oferecia versões com o nome Fleetwood como parte da série 75. Como se espera de uma época de carros muito individualizados, a variedade de carrocerias era ampla: havia os sedãs Imperial de cinco e sete lugares, o Brougham (com teto apenas para os passageiros, ficando o motorista descoberto) e o Transformable Town Cabriolet, com o mesmo esquema de teto, só que conversível. As linhas de todos eles eram características de seu tempo, com formas retilíneas, pára-lamas separados da carroceria e estribos.

Na década de 1930 o nome Fleetwood estendia-se a numerosos modelos, incluindo os derivados do legendário V16. Em 1936 eram nada menos que 11 opções: Coupe, Convertible Coupe, Convertible Sedan de quatro portas, o mesmo em versão Imperial, Sedan, Sedan Imperial, Touring Sedan e Touring Imperial (estes quatro com sete lugares), Formal Sedan, Town Sedan (com o motorista a céu aberto) e Touring Sedan (com traseira saliente e sem o estepe lateral do Formal).

  O Sedan Imperial era uma das 11 versões da linha Fleetwood em 1936, época em que as formas da carroceria estavam mais arredondadas
Do cupê de dois lugares à limusine de sete, passando pelo Touring Sedan ao lado, a gama de 1941 continuava ampla; os faróis já vinham nos pára-lamas  

O estilo estava mais elegante com as formas arredondadas, sempre destacando o longo capô. No modelo 1941 os faróis já vinham nos pára-lamas, em vez de "pendurados", e a grade assumia um formato horizontal. Os pára-lamas traseiros encobriam a maior parte das rodas. Embora fizesse parte da série 75 de modelos maiores, até um cupê de dois lugares estava disponível.

Retomada a produção de automóveis pelos EUA ao terminar a Segunda Guerra Mundial, em 1946 o logotipo Fleetwood voltava a ser aplicado a um Cadillac em duas linhas distintas. O modelo menor era uma versão do 60 Special com distância entre eixos de 3,22 metros, acabamento superior e o motor V8 de 346 pol³ (5,7 litros), com potência bruta (padrão neste artigo até 1971) de 150 cv, já usado em outros modelos da marca. O mais longo, derivado da série 75, oferecia opções sedã e limusine, esta com cinco ou sete lugares. Ambas as séries traziam poucas mudanças de estilo em relação aos modelos do pré-guerra.
Continua

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Data de publicação: 28/10/06

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