A lenda do pássaro de fogo

Clone do Chevrolet Camaro, o Pontiac Firebird foi por 35 anos
uma grande opção de carro esporte para os americanos

Texto: Felipe Bitu - Edição: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Depois dos lançamentos de Plymouth Barracuda, Ford Mustang e Chevrolet Camaro, foi a vez da Pontiac de invadir o mercado dos pony-cars, em 1967. Derivado do Camaro, seu modelo recebeu a denominação Firebird, ou "pássaro de fogo". Assim como o da própria divisão, o nome tinha origem indígena: uma lenda popular sobre um pássaro que trazia ação, poder, beleza e juventude. O batismo era o mesmo da série de carros-conceito dotados de turbina a gás da General Motors, apresentados entre 1953 e 1958.

Se o pai do Mustang era Lee Iacocca e o do Camaro foi Elliot Estes, o Firebird teve um idealizador não menos famoso e influente na indústria automobilística: John Zachary DeLorean, que tempos mais tarde construiria na Irlanda do Norte seu próprio carro esporte, com carroceria em aço inoxidável, o DMC-12. Então diretor da divisão Pontiac e vice-presidente da GM, DeLorean apresentou o carro à imprensa em 27 de janeiro de 1967 e menos de um mês depois, em 23 de fevereiro, o Firebird já estava disponível ao público, nas carrocerias cupê e conversível.

A grade bipartida englobando os faróis, com um "bico" no centro, era um dos recursos de estilo do Firebird que o diferenciavam do Camaro, embora partissem da mesma plataforma

A princípio, não era apenas um "clone" do Camaro. A linha Chevrolet era composta de modelos mais simples e de preço mais acessível e o Camaro não fugia à regra: linhas limpas, sem excessos, combinações de cores sóbrias — o típico carro americano destinado a disputar a faixa de mercado dos Fords e Dodges. Como todo produto Pontiac, por sua vez, o Firebird possuía personalidade própria e procurava inspiração em modelos europeus, utilizando artifícios de estilo e combinações de cores mais requintadas e chamativas.

Entre esses artifícios estavam a grade dianteira bipartida, o ressalto no capô e as falsas entradas de ar nos pára-lamas traseiros. As lanternas eram frisadas, semelhantes às do GTO. Mas o que diferenciava ainda mais o Firebird era seu coração: enquanto o Camaro começava sua oferta com os tradicionais motores de seis cilindros, com cilindrada de 3,8 e 4,1 litros (semelhantes aos do Opala brasileiro), o Pontiac dava um salto à frente apresentando os seis-em-linha Sprint, que no ano anterior equipavam os modelos Tempest e Le Mans.

Em opção aos motores básicos de seis cilindros, a Pontiac oferecia alguns V8 de boa potência: o 400, na foto, acelerava de 0 a 96 km/h em 6,2 segundos

Tinham a mesma arquitetura básica de construção, mas eram dotados de comando de válvulas no cabeçote. A superioridade do novo motor era indiscutível: o Sprint básico, equipado com carburador de corpo simples, já desenvolvia 165 cv de potência bruta (padrão neste artigo até 1971), 25 cv a mais do que o 3,8-litros e 10 cv a mais do que o 4,1 do "primo pobre" Camaro. O Sprint 230 podia ser equipado com um carburador de corpo quádruplo (quadrijet), que em conjunto com outras modificações fazia a potência saltar para 215 cv. Para transmitir toda essa força ao solo estavam disponíveis câmbio manuais de três e quatro marchas, além de um automático de apenas duas. Continua

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Data de publicação: 18/3/06

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