A curiosa Multipla combinava uma frente chata a uma traseira que lembrava
a do 600, solução original para aproveitar o espaço com o motor atrás

O próprio Giacosa admitiu, em sua autobiografia, que projetar esse modelo lhe trouxe boas dores de cabeça. As variações utilitárias do Topolino — os furgões Belvedere e Giardinera — haviam feito sucesso, mas a nova posição do motor do 600 tornava um desafio aproveitar bem a parte traseira para colocação de carga. O engenheiro percebeu, então, que poderia deslocar toda a cabine (incluindo os bancos dianteiros) para frente, abrindo espaço para o motor atrás sem prejuízo do espaço central.

Apresentada no Salão de Bruxelas em janeiro de 1956, a Multipla inovou não só no formato, mas também na configuração interna: levava seis ocupantes em três fileiras de assentos, das quais as duas de trás podiam ser rebatidas, formando algo como uma enorme cama — ideal para acampar. Se removidos os bancos, o amplo volume interno podia ser utilizado com até 350 kg de carga. Mas, para o motorista, não deixava de ser estranho dirigir tão à frente, com a coluna de direção entre suas pernas, enquanto o passageiro tinha o estepe junto a seus pés.



As três fileiras de bancos levavam cada uma dois ocupantes, o que fazia da minivan compacta um veículo incomum em praticidade; as duas fileiras de trás, quando rebatidas, abriam uma plataforma plana muito apreciada no transporte de cargas leves

Freios, direção e suspensão eram redimensionados, incluindo um eixo com braços sobrepostos e molas helicoidais na frente, tomado emprestado do Fiat 1100, mas o conjunto ainda não estava apto ao uso freqüente com carga pesada. Seu desempenho era nada mais que razoável, com velocidade máxima de 90 km/h. Em contrapartida, foi bem aceita como táxi, no que contribuiu o baixo consumo médio de 15 km/l. Até ambulâncias eram feitas com base no simpático modelo, que media 32 cm a mais que o sedã, mas usava a mesma distância entre eixos. Continua

Em escala

A Corgi reproduziu o pequeno 600 D, na versão com teto solar, na escala 1:43. Em cinza, tem detalhamento apenas razoável.

O descontraído 600 Jolly aparece ainda hoje em vermelho no catálogo da Ixo Models, também em 1:43.

A Progetto oferecia quatro versões em 1:43: o 600 D em cor vinho, o furgão no mesmo tom, o Abarth 850 em cinza e o Abarth 1000 em branco, em que não faltava a decoração típica de carro de competição.

Outro fabricante que não poupou variedade foi a Brumm. Produziu o 600 D da Polizia Stradale (polícia rodoviária), em verde escuro, e a minivan Multipla na mesma escala.

Além de um modelo em branco e azul, oferece a verde e amarela da Enciclopedia Motta (acima), de 1956, que rodava pela cidade de Milão.

Ainda em 1:43, a empresa produziu o esportivo Abarth 1000 na configuração da prova 500 Quilômetros de Monza, tanto a de 1966 quanto a de 1970.

E não poderia faltar aqui a criativa adaptação de Joan Antoni Martínez em um kit do Seat 600, fabricado pela Altaya-Tecnitoys para uso em pistas de autorama. A carroceria foi separada em duas partes e aplicada a um chassi bem longo, a ponto de caber dois motorzinhos (que imitam um V8 da Chevrolet americana) à frente da cabine. Rodas enormes atrás, uma estrutura traseira para apoio nas arrancadas e outras alterações fizeram um Fiat muito especial, parecido com os Funny Cars que disputam provas de arrancada nos EUA. Segundo o "proprietário", o carrinho é praticamente impossível de pilotar nas pequenas pistas, mas está sempre no centro das atenções...

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