Em 30 de maio de 1950 a Dodge participou de sua primeira corrida
na Nascar, uma das mais tradicionais modalidades do automobilismo
americano. Eram 29 corredores e Carl Wilkerson terminou em 25º na
Canfield Motor Speedway. Levaria tempo até a equipe da marca
ganhar algum destaque nesse campeonato: só em 1953, já dispondo do
V8 Red Ram, a Dodge começou a ser levada a sério.
Seu Coronet de duas portas era cobiçado por vários pilotos. O
primeiro título Grand National de Stock Car veio naquele ano,
quando Lee Petty liderou as últimas 151 voltas até a vitória em
West Palm Beach, na Florida. Em 1954, Petty vencia o primeiro
campeonato Winston Cup da Mopar, a bordo de Chryslers e Dodges,
alternadamente. Enquanto a Chrysler dominava a Nascar em 1955 e
1956 com o 300, num total de 47
vitórias ao longo das duas temporadas, a Dodge ficava em terceiro
no ranking — e no topo de sua classe.
A Dodge também entrava na nova divisão para conversíveis da Nascar.
Marvin Panch ganharia as 200 voltas de Montgomery, só a primeira
das 10 vitórias da temporada. Ainda em 1956, além do recorde de
velocidade para carros fechados em Bonneville, o D-500 batia o
recorde da pista no campeonato de arrancada. Depois desse ano
seguiu-se uma certa calmaria.
A volta do modelo em 1965 teve nas pistas seus maiores atrativos.
Dirigindo um Coronet branco, identificado pelo número 3 e
especialmente |
elaborado pelo preparador de motores Ray Fox, Lee Roy Yarbrough
completava a primeira volta a 288 km/h na história das corridas de
Stock Car americanas, no Daytona International Speedway, em 26 de
fevereiro, um novo recorde em circuito fechado. O carro trazia um
Hemi de 426 pol³ (7,0 litros) superalimentado e com injeção
eletrônica. O vencedor da Daytona 500 havia chegado a 273 km/h
duas semanas antes.
Fox afirmou que ele poderia ter ido mais rápido, não fosse a
bandeira preta que recebeu, já na terceira volta, pela fumaça
aparentemente vinda do motor fundido. Na realidade, ela vinha dos
pneus... O mal-entendido até se provou providencial quando a
equipe encontrou um pino em um deles.
Os Coronets de arrancada daquele ano eram tão ariscos que foram
banidos da NHRA (National Hot Rod Association). Somente seis foram
produzidos para correr na AHCA (American Hot Rod Association).
Pilotos como “Dandy” Dick Landy e Bud Faubel, este com seu “The
Honker” (o buzinador), animavam as platéias com envenenados Dodges.
O Coronet de Landy podia atingir o quarto de milha (400 m) em 10,2
segundos.
Com a chegada do musculoso Charger em 1966, baseado no
Coronet, o foco das pistas passou ao modelo mais novo. O Charger,
com seu estrondoso sucesso, veio também para comprovar a vocação
esportiva do Coronet. Era fome de asfalto que não acabava mais. |