Derivado do motor desenhado por Giulio Alfieri para o cupê Merak, o V6 a 90° tinha bloco e cabeçotes de alumínio, duplo comando, três válvulas por cilindro (duas de admissão, uma de escapamento — receita talvez única na época) e carburador Weber 36 de corpo duplo. A cilindrada pequena para os seis cilindros tinha uma razão de ser: obter a maior potência possível dentro do limite de 2.000 cm³, acima do qual a incidência de impostos crescia muito no mercado italiano. Como efeito colateral positivo, o curso de pistões bem reduzido (63 mm) garantia funcionamento suave e insensível às altas rotações.

Com potência de 182 cv, o Biturbo atingia bons 215 km/h e oferecia um tempero esportivo, com o motor crescendo rápido nas altas rotações

A potência atingia 182 cv a 6.000 rpm, e o torque, 28,7 m.kgf a 3.000 rpm, mais que suficientes para dar boas acelerações — o peso contido, 1.100 kg, contribuía — e uma velocidade máxima de 215 km/h. A suspensão utilizava a mesma receita dos BMWs da época, dianteira McPherson e traseira independente por braço semi-arrastado, e os freios das quatro rodas tinham discos sólidos (mais tarde os dianteiros viriam ventilados). As opções de câmbio automático e direção assistida apareceriam só três anos depois.

Os europeus e, em particular, os italianos receberam bem a novidade. Logo se formaram extensas filas de espera e as unidades iniciais foram vendidas com ágio. No entanto, problemas de qualidade e confiabilidade esfriaram o interesse pelos novos Maseratis. Enquanto buscava aprimorar esses aspectos, a marca investia em uma ampliação da oferta.

Também retilíneo, o interior combinava madeira e couro para um ar luxuoso e trazia bons equipamentos, mas de início faltava o famoso relógio oval no centro do painel

O primeiro quatro-portas da linha — o 420 — chegava em 1982, adicionando classe, mas retirando esportividade do desenho. O motor era o mesmo do cupê, mas receberia anos depois resfriadores de ar (no 420 S), injeção eletrônica (420i) e a combinação dos dois elementos (420 Si). Já em 1983 chegava o 2,5-litros de 200 cv a 5.500 rpm para o cupê e o sedã 425, este com maior distância entre eixos (2,60 metros em vez de 2,51 m). A finalidade desse motor era atender a mercados onde o torque em baixa rotação fala mais alto, como o dos Estados Unidos. A série especial Biturbo S, específica para o mercado italiano, tinha as laterais inferiores em preto, tomadas de ar tipo Naca no capô e suspensão mais firme. Continua

Nas telas
O filme 007, Permissão para Matar (Licence to Kill), de 1989, com Timothy Dalton (007), Robert Davi, as belas Carey Lowell (Pam Bouvier) e Talisa Soto (Lupe), se passa boa parte em Miami, nos Estados Unidos. O vilão Sanchez (Robert Davi) é um grande traficante de drogas e, além de uma casa cinematográfica, possui belos carros. Um deles é um Maserati Biturbo quatro-portas que aparece em várias cenas de ação muito boas, junto com enormes caminhões tanque Kenworth. Bom filme pelos carros, ação e belas atrizes.

por Francis Castaings

Em escala

Ter um Biturbo em miniatura não é tarefa simples: sem grande projeção em meio aos admiradores da marca, a série não foi reproduzida por muitos fabricantes. Hoje, a Replicars BV da Holanda é talvez a única empresa a fazer um deles, o cupê Biturbo i da década de 1980. Vermelho com interior bege, é oferecido na escala 1:43, mas não exibe grande precisão nos detalhes.

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