Best Cars Web Site
Carros do Passado

Orgulho francês

Com uma técnica muito à frente de seu tempo, o Traction
Avant ainda hoje simboliza o pioneirismo da Citroën

Texto: Francis Castaings - Edição: Fabrício Samahá e Bob Sharp

Situada no Cais de Javel, em Paris, na França, a Societé Anonyme Automobiles Citroën, fundada por André Citroën, começou a produzir em 1905 engrenagens helicoidais duplas com dentes em ângulos opostos, que se tornaram o símbolo da fábrica. Entre 1915 e 1918, durante a Primeira Guerra Mundial, fabricou armamentos; 80% dos operários eram mulheres. Os automóveis só começaram a ser produzidos em 1919 e, desde então, sempre surpreenderam o mundo com sua técnica avançada. Foi assim desde a década de 1930.

Este empreendedor ficou admirado com a produção em série de Henry Ford (saiba mais) e, por este fato, foi um dos primeiros fabricantes de automóveis na Europa a adotar a linha de montagem. Citroën e mais 12 técnicos da empresa foram aos Estados Unidos em 1921 para uma troca de informações técnicas de muito valor entre os engenheiros americanos e franceses.

O pioneiro 7A: resultado de um projeto que previa um modelo pequeno, mas passou a um quatro-portas com motor de 1,3 litro

Em 1931, o engenheiro André Lefèbvre deixava de trabalhar para Gabriel Voisin, que também fabricava carros, para ser empregado de Louis Renault. Ele levava debaixo do braço um projeto, o P.V. (Petite Voiture), de um pequeno carro com tração dianteira. O sr. Renault não era entusiasta de novas tecnologias e não aprovou suas novas idéias. Lefèbvre então foi bater nas portas da empresa de André Citroën, que logo se interessou pela ousadia dos desenhos.

Tratava-se de um automóvel de duas portas, quatro lugares e motor entre 1.000 e 1.100 cm³. Outro funcionário de destaque, em começo de carreira, Flaminio Bertoni, que era escultor, arquiteto e estilista, começou a fazer os primeiros esboços e depois a esculpir, em escala 1:10, uma carroceria de linhas curvas e bem interessantes. Nada convencional para a época.

O anúncio do 7A (à esquerda), destacando suas numerosas inovações técnicas, e um
trocadilho com a tração dianteira (front-wheel drive): "grande direção em todas as frentes"

Dois anos depois, decidiu-se que o novo carro seria maior, com quatro portas, sendo que as dianteiras tinham abertura para trás, conhecida como suicida. Com maior cilindrada, por volta de 1.300 cm³, atingiria 100 km/h e teria um consumo por volta de 10 km/l. Teria também câmbio automático (veja boxe), mas na fase de testes este apresentou problemas e foi abandonado. André Citroën mandou construir um novo galpão para abrigar a linha de produção. Por isso, e por uma expansão de suas unidades na Europa, estava endividado. Mesmo assim não quis interromper o novo e audacioso projeto. Continua

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos - Envie por e-mail

Fotos: divulgação - Data de publicação: 29/11/03

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados