Se um Miura já é um carro raro, devido à reduzida produção, o
que se pode dizer então de uma versão que se resume a um
exemplar? Em 1968 a Bertone decidiu desenvolver um
carro-conceito baseado no Miura. Após retrabalhar toda a
estrutura da carroceria, apresentava o único Miura conversível
produzido.
O modelo utilizado tinha o número de série 3.498. Se o modelo
original já era belo, o roadster ficou ainda mais bonito.
Com modificações no pára-brisa, tornando-o ainda mais inclinado,
novo desenho das tomadas de ar superiores, mais largas e
triangulares, e a retirada da persiana traseira, criando uma
superfície plana, como nos Corvettes StingRay, porém com o motor
à mostra, o conversível se tornou um marco na história da
Bertone e da Lamborghini.
Pintado em azul claro, com a lateral inferior e o acabamento
interno brancos, o Miura Roadster foi apresentado no Salão de
Bruxelas de 1968. |
A mecânica não sofreu modificações, mantendo o V12 de 350 cv do
P400.
Mais tarde foi vendido para a empresa ILZRO, que desenvolvia
pesquisas em ligas com zinco e decidiu reconstruir o roadster
utilizando esse tipo de liga. Várias modificações foram feitas
sob a direção de John Foster, que alguns anos depois passaria a
trabalhar no departamento de estilo da Ford. Rodas, chapas do
chassi, faróis e muitas outras peças foram substituídas por
componentes à base de zinco.
O Miura Roadster passava a se chamar ZN75, em alusão à sigla e
ao peso atômico do zinco na tabela periódica. Pintado de verde
escuro, com base preta, o conversível se tornou novamente um
mito. Apresentado em dezembro de 1970 em Paris, e depois em
vários salões pelo mundo todo, o ZN75 era um laboratório
ambulante e serviu de base para diversos estudos sobre o emprego
do zinco. |