Como nascem os mitos

Pioneira e vitoriosa, a série 250 estabeleceu a fábrica de
Maranello entre os melhores carros esporte do mundo

Texto: Fabiano Pereira – Fotos: divulgação e reprodução (www.250swb.com)

A apaixonante história da Ferrari vem desde 1947, época em que servia como uma excelente maneira de começar a esquecer os horrores da Segunda Guerra Mundial. De fato, Enzo Ferrari já tinha a escuderia desde 1929 e vinha criando carros de competição desde 1938 para a companhia chamada Auto Avio Construzione, utilizando diversas peças da Fiat e projeto de Nardi e Massimino. Seu primeiro modelo foi o 815A e sua carreira nas pistas começou em 1940 no 1°. Gran Premio Brescia delle Mille Miglia.

Somente no segundo trimestre de 1947 aparecia o primeiro carro com o nome Ferrari, o 125 de corrida. Sua estréia acontecia no circuito de Piacenza em maio daquele ano, sendo o GP de Roma a primeira vitória da nova marca em corridas, com Franco Cortese. No Salão de Turim de 1948 chegava o 166, primeira das obras de arte de Enzo para as ruas. Logicamente, não se poderia desperdiçar toda a tecnologia usada no desenvolvimento dos modelos para as pistas. O motor V12 e a suspensão eram derivados do 125.

No 166 MM de 1948 (à esquerda) e no 195 Inter de 1951, a Ferrari iniciava a
aplicação em carros de rua das tecnologias desenvolvidas para as pistas

A evolução do 166 era apresentada no Salão de Bruxelas em 1951: o 195, que durou menos de um ano na linha, após render 27 unidades. Explica-se: apresentado em simultâneo, o belo 212 já aprimorava o projeto desse modelo. Ele abriu caminho para o primeiro Ferrari que atingiria uma escala considerável de produção, além de encabeçar outras marcantes páginas no legado da marca.

Esse carro esporte, fundamental para estabelecer a Ferrari como o mais célebre fabricante desse segmento — ao lado da Porsche, é claro —, foi batizado de 250, em alusão à cilindrada unitária do motor de 12 cilindros (exatos 246 cm³). Primeiro do que viria a ser uma das mais expressivas séries da marca, o 250 S foi apresentado em 1952. Tinha carroceria arredondada e o longo capô contrastando com uma traseira pouco inspirada, de eixo muito centralizado.

O 250 S, primeiro da série de longo sucesso, desenvolvia 230 cv com o motor V12 de 3,0 litros e pesava só 850 kg

Vinha equipado com um V12 longitudinal de 2.953 cm³, com bloco e cabeçote de liga leve, comando de válvulas no cabeçote, três carburadores Weber 36 DCF, diâmetro e curso de 73 x 58,8 mm e taxa de compressão de 9:1. Seus 230 cv a 7.500 rpm o levavam a 250 km/h de velocidade máxima. Com câmbio manual de cinco marchas, rodas de aro 16 pol e freios a tambor de comando hidráulico, o carro, em ótima forma, pesava apenas 850 kg. Continua

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Data de publicação: 3/4/04

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