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por Iran Cartaxo 

Dodge Charger com blower e
nitro: 877 cv, de 0 a 100 em 4,6 s!


Possuo um Dodge Charger RT 426 Hemi 1968, americano, com 30.000 km. Gostaria de saber como ficaria o desempenho com um blower e um kit nitro. Também pretendo instalar dois escapamentos 4-em-1, um para cada conjunto de quatro cilindros, com canos de 3 pol de diâmetro e abafador de 5 pol. Este Dodge possui caixa de câmbio A833 manual de 4 marchas, rodas Rally na medida 15 x 7,5 pol na frente e 15 x 10 pol atrás. Os pneus, 255/50 na frente e 295/50 atrás, são Mickey Thompson Sportsmen, de composto especial para alta aderência nas arrancadas. Sua embreagem é um sistema de três discos da categoria Stock Car e os freios são a disco ventilado especiais na dianteira e traseira, com 4 pinças de 6 pistões na dianteira e 2 também de 6 pistões na traseira. A suspensão também é especial: amortecedores com molas de regulagem individual na dianteira e barras de tração também reguláveis na traseira. Ou seja: este carro já possui segurança para se tornar um "canhão".

Tudo o que eu posso dizer à equipe do BCWS é que este site é maravilhoso. Se vocês resolvessem publicar uma revista os seus concorrentes iriam declarar bancarrota.

Fernando Augusto Arantes
Santo André, SP
evil.dead@terra.com.br

Ao ler os dados da fera original a maioria já deve estar pensando, "vai ficar monstruoso". E vai mesmo: o pessoal de Santo André que fique de sobreaviso por um Dodjão preto. Não pensem que será somente mais um daqueles antigos e pesadões V8 que muito rugem mas não mordem... Este tem dentes para morder muito turbinho por aí -- e o proprietário ainda quer afiar os caninos!

Quase original como está já é um supercarro: não deixa de ser um V8 pesado, quase duas toneladas, mas tem à disposição 425 cv, uma cavalaria que faz esse peso todo parecer pouco. E observe: não se trata de potência bruta, muito alardeada pelos donos de V8. Esta é líquida e, para chegar ao asfalto, só terá que passar pela transmissão e por mais de meio metro de borracha disponível nas "garras", como deveriam ser chamados seus pneus traseiros.

Este motor é uma das poucas jóias produzidas nos anos 60. Não se trata, como muitos daquela época, de mais um grande V8 com muita capacidade para desperdiçar combustível e que, quando muito, chegava a uma potência específica de 30 cv/l, como eram os V8 disponíveis nos Dodges, Mavericks e Landaus vendidos aqui.

As curvas de potência estimadas para o Charger Hemi original (em azul); com preparação leve e álcool (em roxo); com blower (em verde); e com blower e nitro (em vermelho)

O Hemi é diferente: dispunha de câmara de combustão hemisférica, que otimiza a queima de combustível e reduz pontos de concentração de calor que podem levar à detonação. Isso permite uma alta taxa de compressão de 10,25:1, quando a média da época era de 7:1. Claro que ele só podia ser alimentado por gasolina de alta octanagem, como a "azul" então disponível no Brasil.

Não bastasse, ele era ainda "envenenado" de fábrica, com grandes válvulas (mesmo sendo só duas por cilindro), comando com maior grau de abertura e levantamento e vários outros detalhes -- tudo o que um aficionado faria em seu motor naqueles tempos. Isso rendia uma potência específica bem alta na época, principalmente nos EUA: 60,9 cv/l.

Só isso já é suficiente quando se multiplica tudo por quatrocentos e vinte e seis polegadas cúbicas, escritas por extenso em respeito. São quase 7,0 litros, onde se pode empurrar muita mistura, e uma potência específica que ainda admite uma esticada sem dificuldade -- e sem recorrer à superalimentação.

Este motor já sofreu uma modificação: foi convertido para álcool, mudança feita pela pouca disponibilidade de gasolina de alta octanagem na época. E foi bem resolvida, pois solucionou o problema de fornecimento de combustível sem nenhum prejuízo. Não houve perdas devido à alta taxa de compressão que, com um ajuste correto no ponto de ignição, evita os males de conversões onde só a regulagem do motor é alterada -- como as tão comuns hoje "conversões no chip".

Para se ter uma idéia, a simulação indica que esse motor só perdeu 0,7 cv com a conversão. Algo realmente imperceptível perante toda a cavalaria disponível; as mudanças no desempenho nem chegam a ser percebidas pelo motorista.
Continua

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Data de publicação deste artigo: 19/10/02

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