Corsa: boa vantagem em
desempenho com o motor 1,8, mas uma suspensão que poderia ser mais
confortável
Polo: agilidade com o motor
1,6, rodas de 15 pol e suspensão bem ajustada para conforto e
estabilidade |
Mecânica,
comportamento
e segurança
Há
bastante em comum entre os dois motores (saiba
mais sobre técnica). Assim, a maior cilindrada do Corsa — 1,8 litro
ante 1,6 — representa natural vantagem em potência e torque, que chegam
a 114 cv e 17,7 m.kgf contra 103 cv e 14,5 m.kgf do Polo, ambos com uso de
álcool. Como os pesos são quase iguais (apenas 4 kg a menos no VW), o
motorista nota a vantagem do Corsa desde as baixas rotações, com uma
desenvoltura que conquista qualquer um.
O Polo não fica muito atrás e tem desempenho bem
adequado. Quem conheceu os primeiros anos-modelo, com suas relações de marcha bem
curtas, percebe como o atual está mais longo e agradável, em patamar
semelhante ao do Corsa. Nos dois, porém, o nível de ruído em altas rotações
está acima do esperado em sua faixa de preço. A conhecida aspereza de funcionamento
do motor da GM, por outro lado,
melhorou muito no modelo 2006 e hoje está dentro dos padrões.
O Chevrolet mostrou-se bem superior em desempenho na simulação do
Best Cars, seja em velocidade máxima, aceleração ou retomada. De 0 a
100 km/h levou cerca de dois segundos a menos e alcançou velocidade em
torno de 15 km/h maior. Também foi
um pouco melhor em consumo, quase um empate, exceto a 120 km/h, quando
assume maior vantagem (veja os resultados e a análise
completa).
O câmbio do Polo é primoroso nos engates, muito leves e precisos, o que
tornam as mudanças de marcha um prazer. Está certamente no pódio entre
os carros nacionais, junto dos Hondas Fit e Civic. O do Corsa, se não
incomoda, fica bem atrás em precisão. A marcha à ré é aplicada da mesma
forma nos dois, junto à primeira, o que requer o uso de anel-trava.
Os dois fabricantes acertaram a suspensão com vistas a um
comportamento preciso nas curvas e inclinação contida da carroceria, mas
o Corsa é algo desconfortável em piso irregular. Os pneus de perfil
mais baixo do Polo (195/55-15 contra 185/60-14) deixam passar um pouco
mais de aspereza, mas nada que incomode, sobretudo com os modernos Pirellis P7 agora em uso — era pior na avaliação feita em 2003, com
Firestone Firehawk 700. E ambos transpõem lombadas com tranqüilidade.
A VW deixou de oferecer a assistência eletroidráulica na direção do Polo, que hoje usa um sistema
hidráulico como o do Corsa — e funcionam bem, com peso correto em baixa
e em alta velocidade. Também estão bem dimensionados os freios, com
discos apenas à frente e opção de sistema antitravamento (ABS).
Os dois contam com faróis de duplo refletor
e superfície complexa, unidades de
neblina à frente e atrás e luz suplementar de freio. Apenas a GM inclui
ajuste elétrico do facho dos faróis, mas são exclusivos do VW os
repetidores laterais das luzes de direção e seu retrovisor esquerdo
biconvexo supera por larga margem o
plano do Corsa em campo visual.
No restante a visibilidade é boa nos dois carros, com certa limitação
para trás pela altura dos porta-malas. Bolsas infláveis frontais são
disponíveis em ambos como opcional. O quinto ocupante dispõe de cinto de
três pontos apenas no Corsa, e encosto de cabeça, só no Polo.
Continua
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