Os médios que cresceram

Conforto e desempenho de carros maiores: é o que
prometem Civic e Marea com transmissão automática

Com o progressivo desaparecimento dos médio-grandes (o Vectra não terá sucessor e o Santana há muito está defasado), o segmento de médio-pequenos "crescidos", que no acabamento e motorização os tentam substituir, torna-se cada vez mais importante no Brasil. Dentro da produção nacional, o que exclui o Focus argentino, podemos escolher entre os três-volumes Astra, Corolla, Marea e Civic.

Os dois últimos travam uma interessante disputa. Transmissão automática e motores de 160 e 130 cv, nesta ordem, compõem pacotes aptos a atender com poucas restrições os que desejariam um médio-grande -- os demais são limitados nesse aspecto, pois em versão automática não passam de 116 cv.

O Honda é considerado líder de vendas no segmento de médio-grandes, embora não pertença exatamente a ele; o Fiat vem recebendo contínuo aprimoramento para ganhar mercado, sendo o câmbio automático a última novidade. Não fosse o bastante, o Marea HLX 2,4 e o Civic EX 1,7 custam quase o mesmo (R$ 50.986 e R$ 51.767, na ordem) e são similares em porte, com o segundo 8 cm maior entre eixos.

Concepção e estilo   O Civic pode ser considerado o "Fusca da Honda" no que se refere a volume de vendas, tradição e importância histórica para a marca. Lançado em 1972, chegou à sétima geração em 2000 -- mesmo ano em que desembarcou por aqui, onde a linha anterior era produzida desde 1997. Lá fora existe também como cupê e hatchback de três e cinco portas.

O Marea é mais antigo, tendo sido lançado na Itália em 1996 e aqui dois anos após, para suceder ao Tempra. Ainda existe lá, mas é um veterano no segmento; suas versões hatch Bravo e Brava já cedem lugar ao Stilo. No Brasil, revitalizado por motores mais potentes (2,0 turbo e 2,4) e pelo novo desenho da traseira, que não existem no país de origem, pode continuar por alguns anos, mas tende a sofrer com a renovação da concorrência.

O desenho de ambos é contemporâneo, com linhas suaves e aerodinâmica adequada, mas o Honda transparece mais modernidade. Preferir um ou outro é questão de gosto, só que o Civic tem mais equilíbrio: no Marea a tampa traseira e as lanternas angulosas destoam do restante da carroceria, que só exibe formas arredondadas. Continua